Com a chegada do outono, chega também a nostalgia dos regressos, pelo que o Museu do Porto se prepara para uma temporada repleta de eventos que celebram a arte clássica e a identidade cultural da cidade. Inspirada pelas palavras de Italo Calvino sobre os clássicos que se revelam sempre novos, inesperados e inéditos, a programação deste outono promete surpreender e encantar os visitantes.
No primeiro domingo de cada mês, até janeiro, a Casa do Infante será o palco do “Ciclo de Música Antiga”, que destaca o compositor Pedro de Escobar, conhecido como “Pedro do Porto”. Estes concertos de música erudita oferecem uma oportunidade única de apreciar o património musical da cidade, com entrada gratuita para todos os amantes da música.
Simultaneamente, o ciclo semanal “Equinócios e Solstícios” continua a ser um grande cartão de visita. No próximo domingo, dia 8, a iniciativa metropolitana “Sons no Património” traz a música de Sílvio Rosado à Casa do Infante, local de nascimento de Infante D. Henrique.
A 11 de outubro, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett homenageará Nuno Canavez, que celebra 75 anos de atividade alfarrabista na cidade. Este evento reconhece a importância dos livros para a identidade cultural do Porto e destaca a figura carismática de Nuno Canavez.
O ciclo “Um Objeto e seus Discursos” mudou-se para o Palácio de São João Novo e continua a explorar os clássicos que definem a cidade. Desde os viajantes castelinhos de granito de Nasoni até à Biblioteca Pública Municipal, esta série de eventos oferece uma perspetiva única sobre a história e os símbolos da cidade.
Até ao final de novembro, a antiga Casa da Câmara, apelidada por Fernando Távora de “caixa milagrosa carregada de tempo”, abrigará a estátua “O Porto”. Esta escultura, criada pelo escultor João de Sousa Alão e pelo mestre pedreiro João da Silva, representa um guerreiro inspirado na figura do deus Marte e é um símbolo icónico da cidade.
A exposição “A Urgência da Cidade”, que celebra o centenário de Fernando Távora e explora a sua influência na arquitetura do Porto, estará aberta até 29 de outubro na antiga Casa da Câmara. As sextas-feiras serão marcadas por conversas animadas sobre o legado deste renomado arquiteto.
O Museu do Porto também receberá uma vertente da Porto Design Biennale 2023, com a inauguração da exposição “Apanhar a Linha: Entre Terra e Água” no Palacete dos Viscondes de Balsemão, a 21 de outubro.
Em novembro, o Arqueossítio, local das ruínas históricas com a sequência estratigráfica mais longa da ocupação humana no Porto, reabrirá ao público antes de entrar numa fase de reabilitação integral.
Para os mais jovens e famílias com crianças, o Museu do Porto oferece uma variedade de programas infantojuvenis que abrangem a arte narrativa, a arqueologia, a coleção de arte, as técnicas de desenho, impressão e estampagem, bem como a beleza do outono vegetal do Porto.
Este outono, o Museu do Porto promete ser o epicentro da cultura e da identidade da cidade, convidando todos a explorar a riqueza dos clássicos e a herança cultural que moldou o Porto ao longo dos séculos.
Foto: Filipa Brito
