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Está na hora de “subir as cortinas” e conhecer a história do Teatro Sá da Bandeira

Está na hora de

Por vezes, o mais engraçado na história é que ela já se encontra tão entranhada dentro daquilo que conhecemos, que deixamos de questionar. Andar pelas ruas e vielas do Porto é saber que, a cada canto, está presente um pedaço de história. Seja nos monumentos, nas casas, nos próprios nomes das avenidas. Enfim, no fundo, o Porto é uma espécie de livro aberto, onde há sempre tanto por “ler” e descobrir.

Certamente, já terá passado ou até mesmo entrado no Teatro Sá da Bandeira. Trata-se de uma sala emblemática, à qual associamos a nossa Invicta, por onde já passaram e continuam a passar grandes nomes do panorama artístico nacional e internacional. No entanto, sabia, por exemplo, que o Teatro já se encontra aberto há quase 200 anos? Porque é que se chama Sá da Bandeira? São tudo questões que não nos colocamos, mas que é sempre interessante saber os “porquês”.

Na tentativa de encontrar resposta aos mesmos, propomos que se recue um bocadinho no tempo. Deixe-se transportar até ao século XIX e seja bem-vindo ao Teatro Sá da Bandeira de antigamente, onde entretenimento era sinónimo de glamour, apenas ao dispor de alguns, claro. 

Foto: Arquivo CM Porto

O espaço foi Inaugurado em 1846 como um modesto “Teatro Circo” de madeira, encomendado por D. José Toudon Ferrer Catalon para a sua companhia equestre, sendo que passou por uma transformação incrível. Após o seu primeiro “esboço”, 21 anos depois, em 1867, a construção rudimentar feita à base de madeira deu lugar a uma estrutura de pedra e cal, que por sua vez foi substituída por um majestoso edifício que se mantém de pé até hoje.

Se estiver sentado numa cadeira, dê asas à sua criatividade e imagine-se nas poltronas deste teatro histórico, onde nomes lendários do século XIX, como Sarah Bernhardt, Julián Gayarre e Antonio Scalvini, iluminaram o palco com a sua arte.

Foto: Restos de Coleção

Pelo Teatro Sá da Bandeira, já passaram icónicas peças, como “A Dama das Camélias” e “Fedora”, de Sarah Bernhardt, em 1895. Mas atenção! A magia não fica por aqui. Sabia, por exemplo, que os primeiros filmes feitos por um português foram exibidos precisamente aqui? 

Falar no Teatro Sá da Bandeira é falar em muito mais do que apenas um teatro. É um monumento de interesse público, que recebe essa mesma honra, desde 2020. No entanto, mesmo assim, há uma questão que permanece: quem é que era esse tal “Sá da Bandeira”? Não se preocupe, nós temos a resposta!

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Foto: Wikipedia

Pode dizer-se que Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, nascido em Santarém a 26 de setembro de 1795, foi um homem muito à frente do seu tempo, tendo lutado por causas que para hoje serem “básicas”, resultaram de muita luta, num passado não muito longínquo. 

Desde jovem, mostrou um compromisso inabalável com a causa liberal, alinhando-se com a ala esquerda do movimento. Em 1820, o seu nome já ecoava no cenário político, tendo sido um grande opositor de D. Miguel, participando ativamente do exílio dos partidários de D. Pedro em terras britânicas.

A marca que deixa na história da Invicta é por demais evidente, quando participou no cerco do Porto, momento a partir do qual se tornou o Sá da “Bandeira”, na medida em que, na altura, era ele o responsável por carregar consigo a bandeira liberal, longe de saber que se viria a tornar num ícone portuense e nacional.

Como se já não fosse suficiente, o legado não fica por aqui, até porque Sá da Bandeira era um homem bastante instruído. Sabia, por exemplo, que foi o próprio que deu a cara por medidas como a abolição da escravatura? Ou o incentivo à educação, quando na altura a mesma nem era uma prioridade?

Sá da Bandeira foi tudo isto e muito mais, pelo que, da próxima vez que passar pelo emblemático teatro da nossa Invicta, lembre-se que está a passar por alguém que mais do que ser testemunho da história, foi alguém que teve a coragem de a escrever.

Fotografia de destaque: Agência de Informação do Norte

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