Há 10,9 milhões de mortes evitáveis em todo o mundo, por ano, devido a dietas não saudáveis. Um número superior às mortes registadas por consumo de tabaco, cerca de sete milhões. A conclusão é de um estudo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, em Seattle, Estados Unidos da América, publicado na revista científica The Lancet.
“O nosso estudo mostra que a dieta abaixo do ideal é responsável por mais mortes do que qualquer outro risco global, incluindo o tabagismo, destacando a necessidade urgente de melhorar a dieta humana nos vários países”, refere a investigação, citada pelo Diário de Notícias.
De acordo com este trabalho, metade das mortes e dois terços dos casos de incapacidade registados derivam da baixa ingestão de frutas e vegetais, bem como da alta ingestão de sal. Assim, não basta reduzir a quantidade de açúcar, sal e gordura ingerida, é necessário aumentar a inclusão de alimentos saudáveis nas refeições diárias.
Segundo os investigadores, escolhas diárias mais saudáveis poderiam mesmo prevenir uma em cada cinco mortes em todo o mundo.
Entre as mortes registadas devido à má alimentação, cerca de metade (45%) são pessoas com menos de 70 anos. A maioria destas resultou de ataques cardíacos, bem como cancros e diabetes tipo 2.
Apesar da dieta variar consoante o país, o estudo mostra que os riscos de uma má alimentação se alastram globalmente e independente do estatuto socioeconómico. Os especialistas defendem assim a “necessidade de melhorar a dieta a nível mundial”. Até mesmo nos locais onde é seguida a dieta mediterrânea, que contém mais frutas e legumes, as populações estão em risco, dizem.
Os países com a maior taxa de mortes relacionadas com más escolhas alimentares são o Uzbequistão, Afeganistão, Ilhas Marshall, Papua-Nova Guiné e Vanuatu. Já as nações que registaram menos mortes foram Israel, seguido por França, Espanha e Japão.
