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Espaço CRU

Espaço CRU

Tânia Santos, Francisco Casaca, Miguel Ferreira e Áurea Praga são as quatro “figuras de proa” da equipa, que viu no projeto uma oportunidade de dar resposta a algumas lacunas testemunhadas pela comunidade artística do Porto. “Percebemos que os criadores, jovens ou não, tinham dificuldade em encontrar espaços de trabalho adequados às suas atividades criativas a preços razoáveis, ambicionavam poder conviver e colaborar com outros artistas e ter o seu próprio local de exposição e venda de trabalhos. A ideia é responder a estas demandas”, explicou à Viva Tânia Santos, psicóloga e criadora descrita no cru4site da própria CRU como a “idiota-mor” do projeto. Desde então, o desafio foi o de lançar mãos ao trabalho, sendo que a ideia do espaço foi concretizada em fevereiro deste ano, com a abertura da loja. Poucos meses depois, em junho, a equipa inaugurou o co-work – através do arrendamento de micro-estúdios – tendo, atualmente, seis postos de trabalho ocupados com atividades como arquitetura, (web)design, criação de acessórios, artesanato e ilustração. Jornalismo, pintura, fotografia, multimédia e audiovisual são outras áreas que podem ser acolhidas nas instalações da CRU.

Comunidade aberta “às mais diversas contaminações”

Com uma designação essencialmente ligada à palavra inglesa “crew” – que significa “tripulação” – a CRU pretende “ser um poiso de abrigo e reflexão para criadores interessados na divulgação dos seus trabalhos e produtos, na troca de ideias, sugestões e aconselhamento, sem esquecer a já natural cooperação que torna qualquer atividade criativa tão mais rica”. Assim sendo, “formar uma comunidade” é o grande objetivo da equipa, interessada em absorver as “diversas contaminações ou interferências” de quem utiliza o espaço portuense. Além de Tânia Santos, mentora do projeto, a CRU integra Francisco Casaca, cru5“tradutor importado da capital com uma séria vocação para a curadoria”, Miguel Ferreira, “músico, teclista em várias bandas” e Áurea Praga, “joalheira e professora de desenho”. Os quatro responsáveis aproveitam, então, as suas especificidades para fortalecer o trabalho desenvolvido.

Instalações organizadas em forma de loja e locais de co-work

Tal como explicou Tânia Santos, a CRU apresenta duas vertentes distintas: uma vocacionada para a produção propriamente dita e outra destinada à venda dos trabalhos e produtos. “No espaço de co-work arrendamos mesas, pequenos ateliers ou micro-estúdios e ainda salas, exclusivamente para atividades criativas”, descreveu. “No espaço Loja, arrendamos prateleiras, charriots ou até mesmo paredes para exposição e venda de peças de autor. Cada criador ou marca pode personalizar e decorar o seu espaço, como se da sua própria loja se tratasse”, acrescentou. E ao longo deste percurso de “contaminação cultural”, a equipa aceita trabalhos de artistas profissionais ou amadores, nacionais e internacionais, das mais diversas áreas: design de moda, acessórios, bijutaria, decoração, produtos para crianças, fotografia, ilustração e pintura. A qualidade do trabalho artístico, a técnica e a originalidade são os critérios utilizados na avaliação das propostas.

Na lista de destaques da CRU estão, neste momento, “as marcas Ladybug, Snool, Maritha Moreno, Self Made e André Gandra na categoria de moda” e “A Piropo, byMaryJohnofKings, byGG, Azulado e Luciana Mottola-Coban em acessórios de moda”. Por sua vez, na área da ilustração, destacam-se nomes como Áurea Praga e Leonor Zamith. “Em decoração/desgin de produto temos a Jinja, a (g)Lamps, a Oupas!design, o My Little Graden e a Unique Poufs”, enumerou a criadora, acrescentando que, na secção musical, constam os Clã e os Birds are Indie.

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cru2Bater o pé à crise… mas em equipa

Lançada em pleno ano de crise, a CRU surge já adaptada a “tempos menos abonados”, ainda que a sua manutenção exija uma união de forças. “É nesta altura que devemos unir esforços, partilhar espaços, despesas e recursos. A contribuição de todos torna possível o que parece individualmente muito difícil de se concretizar”, defendeu a psicóloga de formação. Mostrar ao público as vantagens do co-work é uma das grandes metas definidas pela equipa. “O principal desafio [para o futuro] é o de contrariar os hábitos estabelecidos, nomeadamente o de trabalhar em casa. É urgente que se continue a criar, a investir e a apostar em projetos novos. Para isso, é preciso assumir-se um compromisso com o que se cria, desenhar rotinas que privilegiem a criatividade e a partilha de conhecimentos. É essencial formarmos equipas”, sustentou Tânia Santos.

cru7A Farrapeira em exposição na CRU

E depois de já ter passado por Guimarães, Vila das Aves, São João da Madeira, Aveiro, Coimbra e outros locais na Invicta, a Farrapeira é um dos projetos que respondeu afirmativamente ao repto lançado pelos quatro responsáveis do espaço. A feira de papel e ilustração, atualmente dinamizada pelas artistas Sara Sampaio e Rafaela Rodrigues, vai estar representada na CRU entre os dias 10 e 30 de novembro. Lançada, numa primeira fase, como um projeto curricular abraçado pela ESAP-Guimarães, a iniciativa “ganhou pernas para andar”, acolhendo “mais de uma centena de artistas” que se exprimem, por exemplo, através de ilustração, desenho e técnicas de impressão. De acordo com Sara Sampaio, a intenção não é a de selecionar trabalho, mas sim a de arranjar formas de o escoar. “Como diz o nosso epitáfio: “Mostrar, Vender, Divulgar!”, notou a designer/ilustradora.

Para as responsáveis do projeto, espaços como o da CRU são fundamentais para a cidade do Porto, representando uma possibilidade de trabalhar em conjunto com outros artistas. “Há um conflito positivo de ideias, ou seja, contaminação, logo criatividade, novas cru8abordagens. Isso faz crescer o trabalho em interesse e em qualidade”, defendeu a dinamizadora da feira de papel. Além disso, acrescentou, os criadores têm acesso a melhores condições e ferramentas de trabalho, não descartando também a importância do espaço loja, no qual é possível expor o produto final, “algo que não será tão fácil de se fazer a nível individual”.

O feedback, esse, tem sido “positivo”. Ainda assim, as duas artistas estão a trabalhar no sentido de “tornar as feiras mais cuidadas”, de uma forma progressiva. A provar o agrado do público pelo projeto, a Farrapeira já tem outras exposições na agenda, nomeadamente em Aveiro, até ao dia 4 de novembro, e no Plano B, no Porto, a 17 do mesmo mês, no âmbito da feira de publicação independente FAIR. Apesar de ainda não ter data definida, a feira deverá também voltar a um dos espaços que contribuiu para o seu lançamento – o “Maria Vai Com as Outras”, situado na Rua do Almada. “E há ainda a possibilidade de termos algumas coisas na Casa da Esquina em Coimbra, numa feira que começa a dia 17 de Novembro”, concluiu Sara Sampaio, em tom de convite a todos os apaixonados pelas áreas criativas.

Texto: Mariana Albuquerque
Fotos: CRU/A Farrapeira em 604 R/C

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