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Equipa do i3S propõe terapia inédita para regenerar lesões da medula

Equipa do i3S propõe terapia inédita para regenerar lesões da medula

Um grupo de investigadores do i3S publicou recentemente um artigo na revista científica “The Journal of Clinical Investigation” onde descreve a forma como uma versão modificada da proteína Profilina-1 (Pfn1) estimula a regeneração de neurónios no sistema nervoso central após uma lesão ou trauma.

O trabalho em causa já foi premiado três vezes e a utilização desta proteína modificada em lesões e doenças do sistema nervoso está patenteada pelo i3S. A nova terapia foi ainda testada em modelos celulares e num modelo animal com “resultados excelentes”, como descreve o comunicado enviado à VIVA!, adiantando que os investigadores pretendem, agora, testar esta terapia em dois estadios diferentes de lesão medular, uma condição que, por ano, afeta mais de 200 mil novos pacientes em todo o mundo.

A equipa de investigadores do i3S demonstra, neste artigo, que a Pfn1 –proteína que regula a dinâmica do esqueleto celular – quando está expressada nos neurónios numa quantidade muito elevada promove o crescimento do axónio com efeitos “robustos e surpreendentes”, mais concretamente, duplica o seu crescimento, não havendo, até então, nenhuma outra molécula ou medicamento com o mesmo resultado.

Segundo Rita Costa, primeira autora do artigo, a terapia que estão a propor é muito segura, muito dirigida e abrangente. “Como se trata de uma proteína que já é naturalmente expressa no nosso organismo, não corremos o risco de uma rejeição. O que vamos fazer é com que os neurónios produzam maior quantidades desta proteína na sua forma ativa. Além disso, o veículo que vamos usar para administrar a proteína modificada também já é usado no tratamento de outras doenças do sistema nervoso (cegueira hereditária e atrofia muscular espinal) e em múltiplos ensaios clínicos para outras patologias”, explica.

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Citada em comunicado, a investigadora sublinhou ainda que se trata de uma terapia que não influencia as outras células, visando apenas o crescimento dos neurónios, que “sem ajuda”, são incapazes de se regenerarem sozinhos. Por último, realça Rita Costa, “é abrangente porque pode ser testada noutros casos em que a integridade neuronal está comprometida, como neuropatias periféricas: danos nos neurónios que inervam os músculos das cordas vocais, disfunção erétil resultante de intervenções cirúrgicas, e neuropatias resultantes de efeito secundário da quimioterapia, etc”.

Este trabalho está a ser desenvolvido há mais de quatro anos no grupo do i3S “Nerve Regeneration”, liderado por Mónica Sousa, que é também a última autora do artigo. Importante referir que durante o processo de investigação este trabalho foi premiado pelo programa Resolve, pelo Fundo «Morton Cure Paralysis» e ainda com o Prémio Inovação Bluepharma / Universidade de Coimbra 2017.

O próximo passo, destaca Mónica Sousa, “é testar esta terapia em dois estadios pós-traumáticos. Numa fase inicial após a lesão e numa fase mais tardia, mais crónica, sabendo nós que, neste último caso, a regeneração dos neurónios é mais difícil”.

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