A Federação Académica do Porto (FAP) apelou aos partidos políticos no Parlamento para estabelecerem um Pacto de Regime pela Juventude, com o objetivo de implementar reformas estruturais e políticas públicas estáveis que incentivem a retenção de talento em Portugal. Este apelo, feito no Dia Internacional da Juventude, inclui a sugestão de criar uma Comissão de Acompanhamento e Avaliação das medidas destinadas à Juventude, garantindo a sua aplicação e revisão periódica.
Segundo o JN, o pacto proposto pela FAP envolve a colaboração com organismos e entidades do setor, focando-se na promoção da igualdade de oportunidades no acesso à Educação, trabalho digno, habitação, saúde e bem-estar para os jovens. Francisco Porto Fernandes, presidente da FAP, sublinhou a necessidade de um entendimento entre partidos como o PS e o PSD, dado que os jovens em Portugal enfrentam vínculos laborais precários e salários significativamente inferiores à média europeia.
A crise habitacional é outro fator que a FAP destaca como um dos principais desafios para os jovens, contribuindo para o abandono do ensino superior e atrasando a sua emancipação. Fernandes apontou que encontrar um quarto no Porto por menos de 500 euros é quase impossível, um valor que representa mais de metade do salário mínimo nacional.
As dificuldades no acesso à habitação refletem-se também na saúde mental dos jovens, que apresentam sintomas de depressão a uma taxa 50% superior à da população em geral. Além disso, a emigração de jovens licenciados é uma preocupação crescente, com 30% dos jovens nascidos em Portugal a residirem atualmente no estrangeiro, o que coloca o país com a maior taxa de emigração da Europa.
Perante este cenário, a FAP reforça a necessidade urgente de medidas que retenham talento no país, justificando o apelo a um pacto partidário e à criação de uma Comissão de Acompanhamento para monitorizar e avaliar as políticas de juventude em Portugal.
