Os especialistas indicam que são cada vez mais os portugueses que assumem dormir mal, uma consequência que terá sido, particularmente, agravada pela emergência da pandemia de covid-19, que provocou uma onda de ansiedade na sociedade. Mas, sabia que dormir mal, e poucas horas, pode interferir bastante na sua saúde mental?
O alerta é da Organização Mundial da Saúde e da Federação Mundial para a Saúde Mental, que garantem que “a privação de sono aumenta a probabilidade de contrair sérios problemas de saúde psicológicos”, como depressão e ansiedade.
De acordo com informação avançada pelo Notícias ao Minuto, ao dormir, os cérebros “processam as informações do dia”, ativando e estimulando, assim, o “sistema imunológico e produzindo hormonas de crescimento essenciais para assegurar que os corpos estejam descansados e recuperados”.
“As pessoas que dormem o suficiente são emocionalmente mais equilibradas, têm melhor humor, são mais calmas e mostram mais motivação e compromisso, pois têm uma melhor capacidade de regular e avaliar as suas emoções”, destacou, por sua vez, Verena Senn, neurocientista e especialista em sono da Emma – The Sleep Company.
Para a responsável, o sono “é a espinha dorsal da resiliência psicológica”, pelo que é essencial uma boa noite de sono. Este deve ser considerado “uma prioridade”, uma vez que é a atividade que mais contribui para o bem-estar dos indivíduos, a par da prática desporto, da opção por uma alimentação saudável e da socialização.
Além disso, os sonhos são também um fator preponderante na saúde mental dos cidadãos, contribuindo para a “consolidação de memórias com grande carga emocional como um mecanismo de resolução de problemas que simula o mundo real quando dormimos”, sublinhou ainda Verena Senn.
“É importante obtermos a quantidade certa de sono bom para sermos capazes de ter uma boa experiência de sonho que começa quando entramos no sono leve para o sono profundo, até atingirmos o estágio crucial do sono REM [ocorre quando o corpo está paralisado, mas o cérebro está altamente ativo], quando os nossos cérebros se tornam mais ativos no processamento de experiências emocionais não resolvidas da vida desperta que contribuem fortemente para a consolidação da memória emocional”, completou.