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Diários de uma Pandemia: Pessoas com mais de 60 anos foram as que mais estiveram em esplanadas, restaurantes ou cafés

Diários de uma Pandemia: Pessoas com mais de 60 anos foram as que mais estiveram em esplanadas, restaurantes ou cafés

O último inquérito realizado no âmbito do estudo “Diários de uma Pandemia”, desenvolvido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), em parceria com o jornal Público, a propósito do “regresso ao trabalho e da retoma da vida social”, concluiu que “foram as pessoas com 60 ou mais anos de idade que mais estiveram em esplanadas ou em estabelecimentos não essenciais”.

Citada numa nota divulgada na página da Universidade do Porto, Raquel Lucas, investigadora da equipa “Diários de uma Pandemia”, explica que estas saídas poderão estar, por um lado, isto poderá relacionadas “com uma perceção de menor risco em conjunto com uma maior necessidade de sair de casa para socializar” e, por outro, com a “maior proximidade física a estes espaços, quando comparados com os espaços de lazer ao ar livre como a praia”.

Os resultados divulgados reúnem as repostas de 4.543 participantes, dadas entre os dias 25 de maio e 5 de junho, e mostram que a principal razão para mais de três quartos dos inquiridos terem saído de casa foi para “passear ou fazer exercício”, seguindo-se “as visitas a familiares ou amigos” e a “ida à praia ou a espaços verdes”.

“As visitas a familiares e a amigos foram mais frequentes na região Norte do país, ao passo que as idas à praia e a frequência de espaços verdes foi mais comum entre os residentes da Área Metropolitana de Lisboa”, indica a Universidade do Porto.

A investigação mostrou que apenas 40% dos participantes estiveram em esplanadas, 31% em estabelecimentos não essenciais e 28% no interior de restaurantes e cafés. 14% recorreu aos serviços de saúde presenciais por motivos não relacionadas com a covid-19 e 8% utilizou transportes públicos.

A propósito do conhecimento das medidas de contingência no local de trabalho, “mais de três quartos dos inquiridos que se encontravam a trabalhar fora de casa ou em regime de teletrabalho referiram ter sido divulgado um plano de contingência para a covid-19 no seu local de trabalho”, sendo que no que diz respeito a “medidas de contenção” concretas, aplicadas no espaço laboral, “24% dos inquiridos que trabalharam fora referiram “não ter conhecimento recomendação de permanecerem em casa” em caso de sintomas da covid-19.

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“Olhando para os setores de atividade profissional, observou-se que foram os profissionais do setor da saúde que mais referiram não existir ou desconhecerem esta medida”, lê-se na informação, que ainda ainda que “foram os inquiridos com rendimentos mais baixos que mais referiram a ausência ou desconhecimento das várias estratégias de contenção da covid-19 aplicadas em contexto laboral”.

“Este resultado foi bastante surpreendente, porque uma das regras básicas para prevenir a transmissão é não ir trabalhar quando se está doente. No entanto, vimos que quase um quarto das pessoas que trabalharam fora de casa, e particularmente os profissionais da área da saúde, não identificaram a existência dessa recomendação”, salientou a investigadora.

A reabertura dos estabelecimentos de ensino foi outro dos tópicos abordados na investigação, mostrando que mais de metade dos inquiridos que tinham crianças a seu cargo, cujos estabelecimentos reabriram, optou por “não levar os menores de volta a esses espaços” com receio do risco de os mais novos ou outros membros da família serem infetados pelo novo coronavírus”.

Esta foi uma preocupação partilhada por participantes com e sem filhos, sendo “menor entre os indivíduos mais escolarizados”, conclui a Universidade do Porto.

O estudo “Diários de uma Pandemia” recolhe, desde março, informação sobre o modo como os portugueses atuam em relação a um conjunto de situações que poderão influenciar o curso da pandemia de covid-19 em Portugal. Se ainda não participou no estudo, saiba que pode fazê-lo aqui.

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