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Detox digital: tire férias da tecnologia também!

Detox digital: tire férias da tecnologia também!
Seja criança ou adulto, deixar de lado o tablet e o telemóvel só traz benefícios. Patrícia Gonçalves, médica pediatra, é a primeira a reconhecer as vantagens do mundo digital em que vivemos, mas isso não a impede de apontar o dedo ao uso excessivo. “As novas tecnologias vieram para ficar. Não podemos negar que elas existem ou o seu uso. Elas têm de ser integradas na vida quotidiana.” E esta recomendação é válida para todos: pequenos e graúdos. Explicamos-lhe como fazer, sem (muito) esforço.

Faça o teste
Antes de mais convém identificar o problema: estará a dedicar muito tempo ao ecrã? Pegue na sua agenda e anote todos os momentos em que usa o telefone, seja para falar, consultar e-mail ou ler notícias. Demasiado tempo? Talvez. Verifique se ativou a resposta automática nos e-mails profissionais e mentalize-se de que nos próximos dias só pode estar totalmente disponível para uma coisa: as férias. Tudo o resto deve obedecer a uma regra: moderação.

Ligar-se ao mundo
Mais do que ajudar o seu filho a ser mestre no uso do tablet, desperte a sua curiosidade pelo que se passa lá fora. “De acordo com a Associação Americana de Pediatria, as crianças com menos de 18 meses/dois anos não beneficiam em nada da exposição às novas destas tecnologias à exceção das vídeo chamadas. A utilização excessiva nesta faixa etária tem sido associada a um risco aumentado de atraso na aquisição da linguagem”, explica Patrícia Gonçalves. Embora a regra dite que “as crianças com menos de dois anos nem devam usar, as crianças com menos de cinco anos devam ter uma exposição a ecrãs inferior a uma hora diária e até aos 18 anos de duas horas diárias”, a médica reconhece que os valores reais são muito superiores.

Seja o modelo
A melhor forma de motivar toda a sua equipa de férias para desligar os aparelhos consiste em dar o exemplo. Assim, habitue-se a colocar o telefone em cima da carteira e evite consultá-lo a toda a hora. Volte a pôr a pilha no relógio, para que a tentação de pegar no telemóvel seja menor.

Horas certas
As férias são para quebrar a rotina. Por isso, sem discussões, nem proibições radicais, limite o uso das novas tecnologias a um período específico durante o dia. Como sugere Patrícia Gonçalves, pode “definir como uma bolsa de horas. Por exemplo: meia hora por dia para usar o telemóvel, das nove da manhã as oito da noite. Dentro desse período podem ter o direito de usar como entenderem. Não se deve usar perto da hora de dormir porque interfere tanto com a qualidade do sono como com a duração do sono.”

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Todos à mesa
As férias são a altura certa para partilhar momentos em família e retomar bons hábitos como fazer as refeições em conjunto. “É essencial definir momentos livres de tecnologia e um deles é a refeição que é um momento de partilha em família e que não pode ser parasitado por tv ou telemóvel. Falamos menos à mesa quando temos a televisão ligada, mesmo que ninguém esteja a ver o programa”, afirma a pediatra. Nas idas ao restaurante, leve sempre algo para ocupar os mais novos (lápis, carrinhos, jogo) e, se tiver de recorrer ao telemóvel não dramatize. “Num curto período de tempo, não significa que não possa estar a usar o tablet ou telemóvel desde que não seja de forma sistemática”, explica.

Aborrecido? Que bom!
Não se preocupe se os seus filhos se queixarem de tédio. Este sintoma raro nos tempos que correm (estão sempre ocupados ou a receber estímulos do ecrã) é muito benéfico. “Tão ou mais importante do que manter um filho ocupado é ele não ter nada para fazer”, comenta Patrícia Gonçalves, “é nesses momentos que estimula a criatividade.”
Se tem filhos adolescentes não se esqueça de que, para muitos o facto de estar desligado uma parte do dia é como não ter contacto com o mundo, com os amigos com quem troca mensagens online. “Deve estimular o contacto social”, recomenda.

Fotografias exclusivas
Registe os bons momentos, mas evite partilhá-los a toda a hora. Primeiro, porque as férias são para ser vividas no local em que decorrem, segundo, sobretudo se tem filhos, pelos riscos da divulgação de fotos. Para além da segurança da infância, o sharenting (termo que designa partilha de informações e fotografias relacionadas com a criança) pode ter impacto futuro. “Esta partilha deixa uma pegada digital e temos de tentar perceber se a criança se sentirá à vontade com isso quando crescer”, alerta a médica.

Corpo em forma
Usar muita tecnologia é sinónimo de sedentarismo, com os riscos conhecidos que este traz para a saúde, logo desde a infância, como é o caso da obesidade. Mas há mais benefícios em desligar. Por exemplo, ao reduzir o uso do telemóvel atenuará a tensão muscular na zona da nuca e pescoço, responsáveis por um fenómeno denominado Text Neck (conjunto de dores e problemas musculares e articulares associados ao uso do telemóvel) .

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