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Conheça as pedras que dão à luz, a uma hora do Porto

Conheça as pedras que dão à luz, a uma hora do Porto

Sabemos que aquilo que está prestes a ler pode parecer mentira, até porque, quando se ouve pela primeira vez, dá essa sensação. No entanto, acredite: não é! Sabia que existem pedras, a uma hora do Porto, que conseguem… dar à luz? Se precisar de alguns segundos para processar a informação, esteja à vontade, porque nós compreendemos. No entanto, reforçamos: é verdade! Ficam na Serra da Freita, em Arouca, e trata-se de um fenómeno que é extremamente raro em todo o Mundo, que faz com que muitas pessoas, todos os anos, optem por visitar o local.

Não querendo aborrecê-lo muito com questões científicas, diz-se que, de um ponto de vista geológico, a designação que se atribui às “Pedras Parideiras” é “granito nodular da Castanheira”, numa área de cerca de um quilómetro quadrado. São compostas por quartzo, ortoclase, albite, biotite e moscovite, sendo que, segundo o Arouca Geopark, onde se localizam as famosas pedras, “por ação da erosão, os nódulos libertam-se e acumulam-se no solo, deixando no granito, uma cavidade, cujas paredes estão revestidas por uma capa biotítica”.

Foto: Luís Pinto / Visit Arouca

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Neste caso, a máxima popular é perfeitamente aplicável, na medida em que, para quem observa as “Pedras Parideiras”, percebe-se logo que, de facto, a rocha-mãe tem um largo conjunto de mini-pedras que pertencem à mesma.

No entanto, desengane-se se acha que, apenas agora, estas raríssimas pedras atraíram a atenção do público. Posto isto, a questão que se coloca é: “vamos recuar no tempo?”. Assumindo que a resposta é “Vamos!”, regressemos ao século XVIII, quando o padre Luiz Cardoso escreveu sobre os “penhascos a que os naturais chamam as ‘Pedras que parem’, deduzindo-lhe o nome de que estas pedras lançam outras pedrinhas pequenas em certos meses do ano, ficando-lhes as covas depois de as lançarem”.

Foto: Luís Pinto / Visit Arouca

Como é possível constatar, os tesourinhos da Serra da Freita já dão que falar há cerca de 300 anos. No entanto, espante-se, estes 300 anos são mínimos, quando pensamos no tempo de existência das “pedras parideiras”. Segundo o Arouca Geopark, esta raríssima amostra histórica tem entre 310 e 320 milhões (!) de anos. No fundo, e assumindo que iremos todos durar até aos 100, podíamos nascer 3 milhões de vezes, que as pedras continuavam onde estão. É muito tempo, certo?

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E por falar em tempo, nada melhor que ele para fazer uma lenda perdurar. Consta que a comunidade local achava que as pedras, por serem sinónimo único de fertilidade, podiam servir de amuleto para todos aqueles que tinham o sonho de ser pais. Diz-se, ainda, que havia quem retirasse pequenas pedras “filhas” da rocha-mãe, colocando-as debaixo da almofada, com a esperança de que isso iria aumentar as probabilidades de fertilidade.

Foto: Tiago Martins / Visit Arouca

As “Pedras Parideiras” ficam, na Serra da Freita, em Arouca, a 1 hora da cidade do Porto e são um destino incrível para quem gosta de apanhar sol, de dar uma boa caminhada, e claro, de ser testemunho de algumas das mais incríveis proezas da história local.

Se, nestas férias, ainda não sabe onde ir dar uma voltinha daquelas em que vai e vem no mesmo dia, provavelmente acabamos de lhe dar a sugestão perfeita. Assim sendo, só precisa de três coisas: fazer-se à estrada, meter a mochila às costas e… descobrir.

Fotografia de destaque: Tiago Martins / Visit Arouca

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