A primeira fase das obras no Matadouro de Campanhã já está concluída. De acordo com o município do Porto “os trabalhos, realizados pela empresa Mota Engil, passaram por limpezas da zona, demolições, terraplanagens e sondagens às estruturas existentes”, além “de experiências de materiais a usar na reconstrução do edifício”.
A reconversão e exploração do Antigo Matadouro Industrial do Porto pretende “transformar o edifício, desativado há cerca de 20 anos, num equipamento âncora na reabilitação da zona oriental da cidade, baseado nos eixos da coesão social, da economia e da cultura”.
A obra em causa representa um investimento na ordem dos 40 milhões de euros, integralmente assegurado pela Mota Engil, empresa que venceu o concurso público lançado pela Câmara Municipal.
O programa de intervenção prevê a reconversão integral do complexo, mantendo a sua memória histórica e natureza arquitetónica, em espaços comerciais e de lazer de apoio local, espaços destinados à ação social e à ligação com a comunidade local e de cariz cultural e artístico, espaços empresariais diversificados e polivalentes, destinados à exposição, à produção e ao depósito de acervo de arte.
No projeto está também previsto o estabelecimento de um percurso interno público, para peões e bicicletas, que permita “a circulação entre o acesso existente na Rua de São Roque da Lameira e um outro acesso direto à estação de Metro do Dragão”. O parque de estacionamento adjacente à estação de Metro irá servir, também, o novo Matadouro, “aproximando-o dos principais eixos rodoviários e ferroviários da cidade”, frisa a autarquia.
O projeto prevê ainda uma grande cobertura que une o antigo, “que será preservado, e o novo edifício de remate, assim como a passagem por cima da VCI, numa nova centralidade na cidade”. Existirão também 11 edifícios independentes, com quatro frentes de luz.
“A relação entre os espaços interiores e exteriores dos escritórios será feita através de zonas ajardinadas” e “haverá possibilidade de personalizar o interior de cada edifício e de ampliar a empresa de acordo com as suas necessidades”.
A Câmara do Porto indica que 7.885 metros quadrados, dos 20 mil disponíveis para construção, ficarão sob gestão municipal, “sendo o restante explorado pela entidade vencedora do concurso”.
Destaque também para sustentabilidade do complexo assegurada pelos cerca de 2500m2 de painéis solares na cobertura para geração de energia, assim como a utilização de sistemas térmicos, energéticos e hídricos eficientes.
O futuro Matadouro terá ainda uma programação cultural permanente, a ser desenvolvida pela autarquia portuense, havendo a possibilidade de se desenvolver sinergias entre diferentes usos (workspaces/restauração/programa cultural/social/eventos).
Foto: Guilherme Costa Oliveira