Durante a reunião ordinária do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Marco Martins, autarca de Gondomar, revelou ter informações de que as respostas a milhares de perguntas colocadas pelos interessados no concurso público “vão penalizar o erário público e beneficiar os privados”. O presidente da Câmara de Gaia, por sua vez, constatou estar “a acontecer o que era previsível: um caderno de encargos que não era claro e que tinha problemas graves”. “Espero que o senhor secretário de Estado dos Transportes e o senhor ministro da Economia não se precipitem”, sublinhou, acrescentando ter receio de que, face às “mais de duas mil perguntas” dos interessados, “possa haver a tentação de viabilizar o [atual] caderno de encargos”. Já Aires Pereira, da Póvoa de Varzim, revelou-se preocupado com o fim do contrato com o atual operador da Metro do Porto, que termina no fim do ano, tendo em conta que “persiste a questão muito complicada” sobre a interpretação dos incentivos do contrato de subconcessão, que atualmente faz com que a empresa Prometro deva mais de 20 milhões de euros à transportadora. “Essa preocupação pode ser muito lesiva para os interesses do Estado”, frisou, rejeitando desde já que um dia mais tarde a AMP venha a ser responsabilizada pelo que quer que seja, por ter avisado a tutela “a tempo e horas” sobre esta questão.