Construído no início do século XX e inaugurado a 19 de dezembro de 1941, o Coliseu do Porto tornou-se, desde então, um dos palcos mais importantes do país. Com uma arquitetura imponente e uma capacidade para acolher milhares de espectadores, esta joia da cidade Invicta oferece uma vasta programação de diversos estilos artísticos, desempenhando um papel importantíssimo na preservação e promoção da cultura.
A história do Coliseu começa antes da inauguração do seu edifício: “o Salão Jardim Passos Manuel, que começou por ser Salão de Cynematographo, foi inaugurado em 1908 no preciso local onde hoje vemos o edifício do Coliseu”, lê-se no site oficial. Este espaço moldou “os hábitos de entretenimento da sociedade portuense” e deu início ao que é, agora, um marco cultural de grande relevância a nível nacional, com uma história rica e fascinante.
“Da década de 40 até ao final dos anos 60, pisaram o palco do Coliseu figuras como Beatriz Costa, Marcel Marceau, Hermínia Silva, Rudolf Nureyev, entre tantas outras”, sendo a sua popularidade comprovada pelos famosos musicais West Side Story e Música no Coração, assim como o Festival da Canção Portuguesa, que fazia parar o país.
De acordo com a mesma fonte, no dia 28 de setembro de 1996, depois do evento Portugal Fashion, onde esteve presente a top model Claudia Schiffer, deflagrou um incêndio que causou graves estragos no edifício. Várias instituições, empresas e particulares uniram-se em solidariedade e ajudaram o Coliseu a “renascer das cinzas” e abrir portas a 12 de dezembro, a fim de “não quebrar a tradição do Circo de Natal”.
Atualmente, o Coliseu do Porto é muito mais do que um simples local de espetáculos. É a casa de vários artistas e público, que ajudam a manter viva a chama do panorama cultural do Porto, de Portugal e do mundo.
Para reforçar a presença deste símbolo da cultura portuguesa, entrevistámos Teresa Thobe, responsável de marca do Grupo Ageas Portugal, parceiro do Coliseu do Porto.
Para quem sabe pouco sobre o Grupo Ageas, pode descrever, em poucas palavras, em que consiste e qual o vosso papel na área da cultura?
Criar uma experiência emocional e relevante na vida das pessoas, é a missão do Grupo Ageas Portugal. Somos um Grupo Segurador, mas mais do que isso queremos ser um participante ativo na sociedade e nas comunidades em que nos inserimos, através do constante investimento no desenvolvimento de competências internas e externas, assentes numa forte cultura empreendedora, que se traduz também na escolha de territórios de atuação onde acreditamos poder contribuir positivamente, escolhendo parceiros de referência que partilhem da mesma visão. É o caso da cultura onde procuramos atuar essencialmente em 4 vertentes: contribuindo para o desenvolvimento do setor e para a sua profissionalização e reconhecimento, dando visibilidade nacional a projetos que promovem talentos emergentes nas mais diversas linguagens artísticas; ajudando a criar condições para que a fruição cultural seja um direito de todos, seja pela descentralização da oferta, não a restringindo aos grandes centros urbanos, seja pela acessibilidade aos mais diversos públicos; promovendo o equilíbrio entre o corpo e a mente, contribuindo para a prevenção de doenças do foro mental, área onde sabemos que a arte pode representar um papel fundamental; e impulsionando a diversidade, a inclusão, reflexão crítica, criatividade e conhecimento.
Acreditamos e defendemos que fomentar a Cultura é parte fundamental do bem-estar organizacional e das Pessoas. Queremos continuar a contribuir para o fortalecimento do setor da Cultura, nas suas múltiplas vertentes, convictos que investir na Cultura, é apostar no desenvolvimento futuro do País.
Como surgiu o interesse em investir no Coliseu?
Em abril de 2018, decidimos associar-nos a uma instituição de renome cultural em Portugal, o Coliseu do Porto e criar o primeiro naming Ageas da Região Norte: Coliseu Porto Ageas. A decisão foi natural, não só, pelo simbolismo que encerra, mas sobretudo pela visão que partilhamos do papel que a cultura assume no desenvolvimento económico e social do país e pelo compromisso que nos une de preservação e valorização do património cultural nas suas mais diversas manifestações.
O que representa o Coliseu, enquanto espaço emblemático da cidade Invicta, para o Grupo Ageas?
O Coliseu Porto Ageas é um local histórico, icónico, que tem apostado na dinamização nas áreas da Cultura, da música, da dança e do entretenimento. O equilíbrio entre a diversidade de abordagens criativas e a sua programação eclética faz deste espaço um excelente pólo de atração para diferentes públicos e gerações, aproximando-os da Cultura nacional. Esta responsabilidade de intervir é algo que nos une e a aceitação e entusiasmo crescentes por parte dos públicos tem vindo a demonstrar que estamos no caminho certo, contribuindo para o enriquecimento e valorização das comunidades, reconhecendo o direito fundamental de todos à fruição cultural e à promoção da igualdade de acesso à oferta cultural de qualidade.
Falando no Prémio “Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas”, que teve lugar no dia 15 de Dezembro, de onde partiu a motivação para o criar?
Foi no 80.º aniversário, em 2021, do Coliseu Porto Ageas que se anunciou o lançamento do Prémio Jovens Artistas – Artes Circenses/ Dança, uma iniciativa conjunta que visa promover talentos em duas áreas artísticas que são de enorme importância no panorama nacional, mas que nem sempre têm o devido reconhecimento.
É partindo desse enquadramento que o Grupo Ageas Portugal decidiu, em parceria com o Coliseu, criar um prémio destinado a distinguir profissionais das Artes Circenses ou da Dança, desde intérpretes, coreógrafos, cenógrafos, produtores, programadores, entre outros.
A primeira edição ocorreu em Dezembro do ano passado e deu destaque às Artes Circenses que contou com a presença de jovens artistas e seis júris pertinentes nesta área: o ilusionista Luís de Matos, o clown Rui Paixão, a Julieta Guimarães, Cofundadora da companhia Erva Daninha, o João Paulo Santos, Israel Modesto e a Isabela Cardinali.
Acreditamos na valorização da diversidade em todas as manifestações artísticas e acreditamos que todas elas merecem o seu espaço e devido reconhecimento.
Pelo que apurámos, esta parceria termina em 2024. Há intenções de renovar? Quais são as perspetivas para o futuro?
Desde 2018 que mantemos esta parceria, não apenas pelo reconhecimento do Coliseu, mas porque temos percecionado vários indicadores que evidenciam o sucesso desta experiência. Estamos muitos satisfeitos com aquilo que já alcançámos até ao momento, continuando apostar nesta parceria.
Por fim, se pudesse escolher apenas uma palavra para descrever o Coliseu, qual seria? E porquê?
Tendo em conta a sua história e o seu papel na Cultura, escolher uma única palavra para descrever o Coliseu Porto Ageas é um desafio. No entanto, uma palavra que poderia reunir os vários atributos importantes deste local seria surpreendente: como marco arquitetónico e icónico do modernismo português, como espaço onde a magia e o sonho acontecem.
Mais do que uma sala de entretenimento; desempenha um papel muito significativo na cidade do Porto. A sua presença marcante enquanto fórum de cultura, tem um impacto nacional e internacional, do ponto de vista cultural, social e económico.
Quando questionada acerca das novidades para o futuro, Teresa Thobe indicou ainda não poder revelar, mas adiantou que “uma coisa é certa: os leitores podem esperar por espetáculos de elevada qualidade ao longo do ano”.