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Cientistas do Porto criam vacina para combater o cancro

Cientistas do Porto criam vacina para combater o cancro

Também no universo científico, a cidade do Porto destaca-se pela sua inovação e pela qualidade do trabalho que desempenha. Um exemplo disso são os investigadores do Instituto Português de Oncologia (IPO) que estão a criar uma nova vacina.

Esta baseia-se em açúcares que se encontram nas células cancerígenas e tem o objetivo de ensinar o corpo a dar resposta a esse tipo de tumores. Segundo o investigador José Alexandre Ferreira, é o culminar de mais de 10 anos de trabalho.

“Identificámos que as células tumorais mais agressivas, num conjunto de tumores, perdem a capacidade de expressar estes açúcares mais complexos e exuberantes, passando a expressar açúcares imaturos e muito mais simples” – explicou, citado pelo Porto Canal.

Depois disso, o próprio acrescenta que o objetivo foi criar forma de “ensinar o sistema imunológico a responder a células que tinham estas alterações de glicosilação, que são células muito envolvidas no processo de agressividade da doença e de disseminação”.

Ao longo da última década, foram várias as etapas na pesquisa, sendo que o padrão encontrado se aplica a vários tipos de tumores. De momento, a vacina está em fase pré-clínica e já foi testada em ratos.

Posto isto, pode surgir uma questão: para quê? Como refere o investigador, o objetivo era entender se havia segurança na resposta imunitária. Os resultados foram positivos e o teste em ratos foi bem sucedido. 

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Apesar desse sucesso, ainda é cedo para se “lançarem foguetes”. Isto porque há alguns desafios ainda a serem superados. Estes têm a ver, sobretudo, com o ambiente imunossupressor que os tumores induzem.

Por tudo isso, José Alexandre Ferreira salienta que é importante estar satisfeito com os resultados atuais, mas perceber que vai ser sempre um processo longo. Só assim, será possível oferecer um bom produto final aos pacientes.

Quem corrobora essa ideia é Lúcio Lara, coordenador do grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral do centro de investigação. Este afirma que é preciso “provas e contraprovas” que garantam a eficácia do procedimento.

“Temos uma ideia de investigação que é lógica, temos todos os ingredientes para que isto venha a funcionar, estamos na fase pré-clínica para garantirmos que aquilo que esperamos vai ser a evidência que nos permite avançar para a parte clínica” – explica Lúcio Lara.

Sendo assim, resta aguardar por próximos avanços científicos. No entanto, uma coisa é certa: por enquanto, as perspetivas são boas.

Fotografia: Pexels

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