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Ciência: projeto “Drive-In”

Ciência: projeto

Com o equipamento, os próprios semáforos, já tão “entranhados” no mobiliário urbano, deixam de ser necessários, uma vez que a rede de veículos adquire a capacidade de “decidir” o que é mais conveniente para a segurança dos automobilistas e peões. E o projeto já saiu do papel: foi testado em 450 táxis na cidade do Porto.

drive1Em declarações à Viva, Michel Ferreira, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) explicou que “o ‘Drive-In’ explora, de forma genérica, o paradigma do veículo conectado, em que a informação chega ao condutor através de uma rede sem-fios, auto-organizada (sem requerer a infra-estrutura de operador de redes celulares), e com velocidades de conexão entre carros extremamente elevadas”. A grande rapidez de conexão entre carros e a baixa latência da comunicação, “com atrasos inferiores a 100 milissegundos”, permite, por exemplo, aos condutores, a realização de ultrapassagens seguras. Aliás, com o “Drive-In”, quando um veículo ligeiro pretende ultrapassar um pesado, pode fazê-lo com toda a segurança, uma vez que tem acesso à imagem de toda a estrada, como se o automóvel de grandes dimensões não existisse.

drive4O estudo, que resultou de uma candidatura para projetos de investigação ao programa Carnegie Mellon-Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, arrancou em maio de 2010. De acordo com o professor da FCUP, o envolvimento da frota de táxis (da cooperativa RadiTáxis) no projeto, no verão de 2011, representou um importante passo no processo de trabalho devido ao fornecimento de “dados muito valiosos para a investigação”. “Isso permitiu desenhar e validar uma série de questões complexas em termos de redes de veículos, otimização da sua mobilidade, aplicações de segurança, de entretenimento e de eficiência no controlo de trânsito”, salientou.

Com a integração dos táxis no teste realizado na cidade do Porto – “que tem apenas 43 km2” – os estudiosos puderam “compreender a conectividade que será atingível com uma rede baseada apenas em pequenos aparelhos instalados nos carros; a velocidade que é possível nas transmissões em tempo-real entre viaturas, nomeadamente de vídeo, e as aplicações que podem ser desenhadas tirando partido de tal comunicação”. “Num contexto mais específico de frotas de táxi, pudemos utilizar a sensorização coletiva das ativações e desativações de taxímetros como instrumento de auscultação da cidade e da sua mobilidade, permitindo inclusivamente o desenho de sistemas avançados de recomendação de praça de estacionamento”, acrescentou Michel Ferreira.

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Para além de proporcionar o aumento da segurança rodoviária e da fluidez do tráfego, o “Drive-In” pode ainda ser utilizado ao nível do entretenimento. “Com o paradigma de veículo conectado, tudo o que fazemos pela internet no nosso computador de casa, poderá ser igualmente feito na nossa viagem de carro”, resumiu o docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Após o período de teste efetuado em colaboração com a RadiTáxis, a equipa do projeto começou a analisar a comunicação veículo a veículo através de hardware criado pelos próprios investigadores envolvidos.

drive3“Drive-In” abre caminho a novos projetos

Apesar de ter terminado no final de 2012, o projeto desenvolvido pelos cientistas das duas universidades deu origem a novos estudos, de que são exemplos o “Virtual Traffic Lights”, o “Future Cities” e o “I-CITY”. Segundo Michel Ferreira, a continuidade da colaboração da frota de táxis do Porto em todas as investigações “tem sido fundamental”. “É muito interessante para a universidade trabalhar tão de perto com os 700 motoristas que estão envolvidos, percebendo os seus problemas e a forma como a ciência que desenvolvemos os pode ajudar”, realçou o docente. E é exatamente graças ao poder da ciência que a empresa Geolink – nascida “exatamente da colaboração com a Raditáxis” – lançou, há alguns meses, uma app para smartphones, chamada Taxi-Link, que permite chamar um táxi sem ser necessário ligar para uma central. Em declarações à Viva, o responsável explicou que “o smartphone localiza automaticamente o cliente e envia o pedido do táxi para um servidor de despacho que reside na cloud, com noção permanente da localização de todos os táxis associados ao sistema”. Desta forma, a escolha do veículo será “automática”, permitindo ao cliente acompanhar, através do seu telemóvel, o percurso efetuado pela viatura. Neste momento, a app Taxi-Link está disponível no Porto, em Braga, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Odivelas e Loures, prevendo-se que chegue, brevemente, à cidade de Lisboa.

Texto: Mariana Albuquerque  |  Fotos: “Drive-In”

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