A trabalhar há 42 anos na Centenária Casa Felisberto foi José Manuel Gonçalves quem nos contou a história desta loja histórica. É bisneto do fundador que deu nome à casa e trabalha, nesta “microempresa familiar”, diariamente com mais um funcionário, que também já soma 46 anos de trabalho no local.
A Casa Felisberto foi fundada em 1880 e desde então tem desenvolvido a sua reputação ao prestar serviço personalizado, com atenção à qualidade, ao pormenor e às especificidades pedidas pelos clientes.
José Manuel Gonçalves contou-nos que este espaço se trata de “um atelier de mármores, uma pequena oficina” que trabalha para todo o tipo de clientes, desde a construção, artes, decoração e funerária.
Aqueles que se dirigem ao local conseguem assistir à preparação e fabricação artesanal de peças e esculturas em mármore e granito. Entre os seus serviços incluem-se esculturas, memoriais em granito, mármore e lioz, limpezas de pedra, inscrições à mão e restauração.
Quando questionado sobre em quê que mais costumam trabalhar disse-nos que são “lápides, para cemitérios, sepulturas”, mas que também fazem “bastantes tampos para cozinha, mesas, soleiras e tudo o que a construção envolve” esta loja histórica produz, ainda que em quantidades mais pequenas.
“Antigamente trabalhava-se muito para a funerária e essa área quase absorvia 50% da produção e hoje absorve-me 20% da minha produção. Por exemplo, também fazíamos muitos tampos de mobiliário e isso é que caiu completamente, hoje é muito raro fazer um tampo para um móvel”, revelou José Manuel Gonçalves, relativamente ao que mais tem mudado nos últimos anos.
Para si o que distingue a Centenária Casa Felisberto são “os serviços” e o fator “proximidade”: estamos na cidade, todos os outros estão fora da cidade, o que se torna mais complicado. As pessoas querem às vezes um pequeno trabalho, têm que ir a uma zona industrial. Quando aqui às vezes de um dia para o outro, ou no momento, consigo fazer o pequeno trabalho para essa pessoa e isso é ótimo”.
De olhos postos no futuro José Manuel Gonçalves afirmou que enquanto “conseguir trabalhar” estará à frente do negócio. “É uma empresa muito pequena em que as pedras são pesadas e pô-las cá dentro, já não é fácil. Hoje em dia é preciso mais tecnologia, empilhadores, e nós não temos nada disso, é tudo manual”, relatava.
“Não sei se algum colega meu na área estará interessado, um dia, em manter este espaço pelo menos para atendimento ao público, o que seria muito bom. Manter aqui este pequeno atelier e produzir fora daqui”, concluiu deixando a ideia.
Centenária Casa Felisberto
Avenida Rodrigues de Freitas n.º 231, Porto