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Companhia Nacional de Bailado assinala 40 anos de vida no Centro Cultural Vila Flor

40 anos é sempre uma data especial. Assim, a Companhia Nacional de Bailado, na flor da idade, apresenta no próximo dia 18 de junho, às 21h30, no Centro Cultural Vila Flor, um programa constituido por quatro peças em reposição.
“Treze Gestos de um Corpo”, de Olga Roriz, “Será que é uma Estrela”, de Vasco Wellenkamp, “Herman Schmerman”, de William Forsythe, e “Minus 16”, de Ohad Naharin, são as peças que compõem o programa especial que será apresentado em Guimarães.

As peças
“Treze Gestos de um Corpo” é um clássico e uma das coreografias mais carismáticas de Olga Roriz, onde um elenco masculino alterna com um feminino numa sucessão de solos e num crescendo de intensidade dramática.
treze_gestos“Esta peça é sobre o reflexo de uma pessoa em frente de dois espelhos paralelos que formam uma multiplicação de imagens até ao infinito. No entanto, em cada um desses espelhos a imagem não é igual. É como se em cada um houvesse uma evolução, uma transformação do movimento, uma continuação do gesto do anterior. Como se cada imagem fosse autónoma da anterior. Com vida própria e independente. Com sentimentos, emoções e estares diferentes. Uma personalidade dividida”, explica Olga Roriz.
Ainda que concebida para um elenco de homens, após a sua estreia em 1987 no Grande Auditório da Gulbenkian, “Treze Gestos de um Corpo” tem sido também frequentemente interpretada por elencos femininos.
A peça entrou para o repertório da CNB a 8 de março de 2007, e, tal como nessa altura, volta a ser dançado por treze homens ou por treze mulheres.

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“Será que é uma Estrela?” é uma peça recentemente coreografada por Vasco Wellenkamp, numa ”sentida” homenagem à bailarina Graça Barroso. Vasco Wellenkamp iniciou a sua carreira, quer como bailarino, quer como coreógrafo, no Ballet Gulbenkian, onde obteve muitos dos seus êxitos, tanto em Portugal, como em espetáculos internacionais realizados por esta  companhia.
Foram muitos os bailarinos com quem trabalhou, mas a sua intérprete inspiradora foi Graça Barroso, uma das primeiras bailarinas desta companhia que cedo se tornou referência na dança em Portugal. Nesta criação, Vasco Wellenkamp coreografou três canções de amor (“Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; “Eu te amo”, de Tom Jobim e Chico Buarque; e “Beatriz”, de Edu Lobo e Chico Buarque), interpretadas por Maria João e o pianista João Farinha.

hermanO programa reserva, ainda, duas peças de criadores internacionais. “Herman Schmerman”, dueto do coreógrafo norte-americano William Forsythe, cujo título não pretende ter qualquer significado.
A peça mostra-nos o encontro de um casal que, através de uma execução técnica quase impossível – como são, aliás, todas as obras de reportório deste coreógrafo – não deixa de nos sugerir uma narrativa de humor muito subtil. “Herman Schmerman” estreou em 1992 no Ballet da cidade de Nova Iorque, coreografado para cinco bailarinos.
Quatro meses mais tarde, para o Ballet de Frankfurt, Forsythe criou um dueto adicional a este bailado. Desde então é apresentado em diversas companhias no mundo, tanto a versão completa como apenas o dueto. Esta é uma aparente competição homem-mulher. Para o coreógrafo é “uma simples peça sobre dança”.

A fechar o espetáculo sobe ao palco “Minus 16” do israelita Ohad Naharin, um dos mais reconhecidos coreógrafos contemporâneos a nível mundial.
Sobre “Minus 16”, o atual diretor artístico da companhia israelita Batsheva diz “não é um novo trabalho, é mais uma reconstrução: gosto de pegar em peças ou secções de peças minhas e trabalhá-las de novo, reorganizá-las criando a possibilidade de as ver sobre um outro ângulo. Isso ensina-me sempre algo novo sobre o meu trabalho e a composição. Nesta peça eu peguei em diferentes  secções de diferentes trabalhos meus. Foi como se eu estivesse apenas a contar o princípio ou o meio, ou o fim de várias histórias os quais depois de organizados resultam num trabalho tão ou mais coerente do que o original.”
minusCom “Minus 16”, confirma-se, sem dúvida, a habilidade de Ohad Naharin em saber como fazer o público dançar.
Quatro obras emblemáticas, de quatro coreógrafos consagrados, são a garantia de uma grande celebração no palco do Centro Cultural Vila Flor que, ao comemorar o 40º aniversário da Companhia Nacional de Bailado, celebra também a dança e a sua história.
Os bilhetes encontram-se à venda nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor e da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês, entre outros pontos de vendas.

Outras atividades
Também para assinalar os 40 anos da Companhia Nacional de Bailado, o Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor apresenta no dia 13, às 15h, um filme da realizadora Cláudia Varejão e da sua assistente de som Adriana Bolito.
“No escuro do cinema descalço os sapatos” é um documentário que resulta da recolha de imagens do quotidiano da companhia, ao longo de doze meses. Dançar, mais do que uma profissão, é um modo de vida, e o título do filme, um poema de Adília Lopes, gentilmente cedido pela autora, remete-nos para a vulnerabilidade dessas vidas.
Este filme acompanha, por um lado, as criações, estreias e digressões da companhia de dança mais antiga do país e, por outro, o trabalho silencioso e estrutural de cada bailarino. A projeção do filme “No escuro do cinema descalço os sapatos” tem entrada livre.

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