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Carlos Alberto, a mais icónica praça do Porto

Carlos Alberto, a mais icónica praça do Porto

Outrora conhecida por Largo dos Ferradores, a Praça de Carlos Alberto, uma das mais conhecidas e icónicas praças do Porto, tem origem em 1638. Volvidos mais de 300 anos, continua a ser uma das grandes referências da cidade, captando a atenção de milhares de moradores e visitantes, que se deixam encantar com toda a sua envolvência e plenitude. Hoje, recordamos-lhe a bonita história desta praça…

O nome, reza a história, é uma homenagem a Carlos Alberto, rei do Piemonte e da Sardenha, que, em março de 1849, veio exilado para a cidade, sob o nome de conde de Barge, e se alojou no Palácio dos Viscondes, construído no século XVIII, na Praça de Carlos Alberto.

“Chegou acompanhado por dois criados, Gamalleri e Vallenti. Viajou de barco até Vigo e desta cidade galega veio para o Porto montado num simples garrano. Quando o pequeno cortejo do régio exilado se aproximava do Carvalhido as autoridades da terra adiantaram-se ao encontro dele. O governador deu as boas vindas e o rei agradeceu a hospitalidade”, recorda o jornalista e historiador Germano Silva, no artigo “Histórias Portuenses”, publicado, em 2016, na revista Visão.

“Pediu, delicadamente, desculpa e lembrou aos presentes que vinha doente lembrando que, do que mais precisava, naquela altura, era de uma cama e que, por isso, o deixassem chegar depressa à estalagem (…) O rei vinha mesmo doente. Tão doente que os criados tiveram que o levar ao colo para os aposentos que lhe haviam sido destinados”, prosseguiu.

No entanto, ainda antes do espaço ser promovido a praça e receber a nomeação de Carlos Alberto, em meados do século XIX, teve outras designações, nomeadamente Largo dos Ferradores, uma vez que estes se concentravam, em grande número, neste local. A razão, segundo o historiador e autor do programa “Caminhos da História”, Joel Cleto, prende-se com o facto de, dali, partirem duas importantes estradas que ligavam o Porto ao Norte do país. “Aquela que é hoje a Rua de Cedofeita, era a estrada antiga, pelo litoral, que se dirigia para a Póvoa e para Viana do Castelo. Já a Rua das Oliveiras, prosseguindo pela Rua dos Mártires da Liberdade, era a antiga estrada romana que seguia em direção a Braga”.

Além disso, a importância do lugar, estrategicamente privilegiada pela sua localização, deve-se também ao facto de, desde sempre, ter recebido inúmeros feiras, como a dos Moços, a das Caixas, por se fazerem as caixas de bagagem para os emigrantes que iam para o Brasil, e a dos Bois. “Tudo isto fazia com que isso fosse um local onde se concentravam em grande número estabelecimentos de comes e bebes, mas também hospedarias”, realçou Cleto, no programa emitido pelo Porto Canal.

Local de passagem para muitos, ora por questões comerciais ora por lazer, esta é uma praça que, ainda hoje, se apresenta como um dos mais importantes e icónicos lugares do Porto, sendo, também, espaço de acolhimento para inúmeros eventos da cidade, como o mercado Portobello. Além disso, constitui-se também como lugar “sagrado” para conversas de horas a fio e segredos partilhados num dos muitos bancos que a preenchem…

A estátua

No centro da praça, além dos múltiplos bancos convidativos a uma boa conversa entre amigos e familiares, é visível o “Monumento aos Mortos da Grande Guerra”, da autoria de Henrique Moreira, que constitui uma homenagem a todos os que perderam a vida na Primeira Grande Guerra. Inaugurado em abril de 1928, o monumento veio substituir um que não estava de acordo com o gosto dos portuenses, edificado, em 1924, pela Junta Patriótica do Norte.

O afamado rei Carlos Alberto

Segundo o historiador do Porto, ainda que Carlos Alberto tivesse estado pouco tempo na cidade, cerca de quatro meses, “conquistou rapidamente o coração dos portuenses que o veneravam”. A simpatia pelo rei foi tanta que, após a segunda metade do ano que chegou à cidade, assim como os seguintes, praticamente todos os rapazes que nasciam recebiam o nome de Carlos Alberto.

Após falecer, a 28 de julho de 1849, a sua morte “foi sentidamente chorada por toda a gente do Porto”, sublinhou Germano Silva.

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