No âmbito do encontro mantido com a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, para definir novas linhas de atuação face à evolução da pandemia de covid-19, a Câmara Municipal do Porto, na pessoa do seu presidente, Rui Moreira, “manifestou total disponibilidade em colaborar nas orientações que estão a ser definidas pelo organismo” e identificou, inclusive, alguns “espaços disponíveis” que podem auxiliar no apoio aos cidadãos.
Numa nota publicada na sua página oficial, o município torna públicas algumas diretrizes de um ofício enviado ao autarca de Gondomar, Marco Martins, que preside aquela Comissão, onde manifesta a sua intenção de disponibilizar a Pousada da Juventude do Porto “como estrutura de apoio a pessoas com teste negativo” à covid-19, considerando que o local “tem excelentes condições para o efeito” e que poderá ser mesmo de “abrangência distrital”.
“Para garantir esta resposta de retaguarda, a Câmara do Porto está disponível a suportar «um apoio financeiro mensal no valor de 50.000 euros, de outubro a 30 de março de 2021, devendo proceder-se a uma avaliação da resposta em finais de janeiro de 2021», assinalou o presidente do município do Porto.
Ainda de acordo com o autarca, devem ser criadas “estruturas de acolhimento para pessoas que testem positivo à doença, mas que cumulativamente não tenham critérios de hospitalização e que não reúnam condições na habitação para recuperação, nomeadamente por falta de condições e/ou de cuidadores”. Uma preocupação, aponta, também revelada pelos hospitais da cidade.
Segundo sublinha o Porto., a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto não só equaciona a criação de estruturas de acolhimento provisório para pessoas com teste positivo ao novo coronavírus, como também propõe levantar estruturas de acolhimento municipal provisório para pessoas com teste negativo à covid-19, item em que se enquadra a resposta da Pousada da Juventude identificada pelo município do Porto.
O Hospital de Campanha do Porto, que durante os meses de abril, maio e junho ocupou o Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, com o intuito de aliviar a pressão sobre as unidades hospitalares da cidade, provocada pela pandemia de covid-19, ficará “de fora” neste plano, uma vez que, de acordo com Marco Martins, existirão “alternativas que melhor podem responder às necessidades de hospitalização”.
Além das medidas já anunciadas, o presidente da Câmara do Porto terá também colocado à disposição o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto “para colaborar no transporte de pessoas para estas estruturas, nomeadamente com covid-19, bem como apoiar em processos de descontaminação, processos de vistoria e formação”, e referiu ainda que o município estaria “disponível para abrir, operar e financiar, logo que se revele necessário, um Centro de Acolhimento de Emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, com a capacidade para 40 pessoas, nas antigas instalações do Hospital Joaquim Urbano”, em articulação com a Segurança Social, a Autoridade de Saúde e o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) Porto.
“Aos dois Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) da cidade, a Câmara do Porto vai ainda disponibilizar três viaturas «para reforço do trabalho das equipas de intervenção rápida e/ou deslocação às estruturas residenciais de acolhimento», sendo que ao ACES Porto Ocidental cede a Escola Básica António Aroso, em regime de comodato por meio ano, para aumentar a capacidade de resposta”, lê-se na informação divulgada pelo município.
Por outro lado, Rui Moreira defende que “deverá ser criada uma estrutura distrital de acolhimento de pessoas com teste positivo, sem critério de internamente hospitalar e que não o possam fazer no contexto familiar”, sendo que, para essa operacionalização, terá de ser encontrado financiamento e um operador especializado, “preferencialmente na área da saúde”.
No que respeita ao pedido de identificação de outros espaços, o município sugere “as antigas instalações do Hospital Maria Pia e eventual contacto com a Misericórdia do Porto para identificar disponibilidades face ao tipo de resposta a criar”. Rui Moreira não descarta ainda a possibilidade de “avaliar a disponibilidade manifestada na primeira vaga pela Diocese do Porto no que se refere às instalações do Seminário de Vilar”, para acolher pessoas com teste negativo.
Para estas respostas, o Governo vai “estudar a possibilidade de afetar recursos”, quer financeiros quer meios técnicos, conclui o comunicado da Câmara do Porto.