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Câmara do Porto disponível para limitar alojamento local no centro da cidade

Câmara do Porto disponível para limitar alojamento local no centro da cidade

Um estudo científico sobre Alojamento Local (AL) revela que há “um elevado grau de concentração na Baixa” do Porto, onde a pressão corrente é o “dobro do valor” observado em todo o município. O autarca portuense, Rui Moreira, garantiu estar disposto a implementar medidas de contenção para limitar o AL no centro histórico da cidade.

“Verifica-se um elevado grau de concentração na Baixa da cidade em que a pressão corrente do AL é pelo menos o dobro do valor observado para a cidade como um todo”, lê-se num estudo apresentado terça-feira, em reunião pública do executivo da Câmara Municipal do Porto, referindo, todavia, que, “globalmente, o crescimento do AL apresenta uma expressão marginal, com uma pressão corrente em torno dos 5%”.

Nas conclusões gerais, os autores do estudo Alberto Castro, Mariana Cunha, Fernando Santos e Carlos Seixas destacaram também que na Baixa da cidade observou-se uma “elevada ocupação por AL de habitação previamente existente o que, intuitivamente, reforça a apreensão”.

“Com este estudo científico podemos agora projetar medidas para conter o Alojamento Local” na cidade, afirmou Rui Moreira, citado pela agência Lusa, depois de o vereador do PSD, Álvaro Almeida, solicitar com “urgência” um regulamento para o AL em áreas denominadas de “zona de contenção”.

Segundo o Notícias ao Minuto, também a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, pediu “medidas urgentes na zona de contenção da cidade para o Alojamento Local”, sugerindo ainda a Rui Moreira que se faça um debate alargado destinado aos munícipes sobre o turismo na cidade para intervir “sobre o ‘bullying’ imobiliário” que é um “assunto muito sério”.

Já Manuel Pizarro, vereador do PS, considerou que o estudo agora revelado era “um belo contributo para a discussão do AL” e desenvolvimento turístico, mas que o fenómeno da pressão imobiliária sobre as pessoas era um tema “complexo” e que “precisa de uma mais aprofundada reflexão”.

Para Rui Moreira, o aumento do AL é um fenómeno à escala europeia e que seria preciso ir mais longe nas medidas legislativas, concretamente nas políticas públicas para a habitação.

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O presidente da Câmara do Porto considerou, no entanto, que está a haver uma tendência para um “amadurecimento do mercado” e que já há proprietários que querem reutilizar o AL para habitação, porque há um sobreaquecimento” deste tipo de hospedagem.

“O aumento da procura começa a já não justificar o crescimento da oferta. É provável que nos próximos meses, e se houver medidas de mitigação de medidas fiscais em termos de uso, o AL possa vir a transformar-se para habitação”, afirmou.

Rui Moreira anunciou ainda um conjunto de debates, designado “Viva Porto – Debate público sobre habitação no Porto”, que decorrerá no átrio da Câmara Municipal, terá como moderador Miguel Pereira Leite, o presidente da Assembleia Municipal do Porto, e inicia-se a 14 de maio. A primeira sessão será dedicada ao “Alojamento Local. Problema ou Oportunidade?”.

A segunda sessão terá como tema “Habitação Social. Precisamos mais?” e está marcada para 28 de maio, seguindo-se, a 11 de junho, o debate “Habitação para a classe média. O programa municipal”.

A 25 de junho, o ciclo encerra com o tema mais genérico de “Habitação para todos. O papel do Município e as obrigações do Estado”, que contará com o convite a todos os partidos representados na Assembleia Municipal para poderem também debater.

No átrio da Câmara do Porto haverá uma caixa de sugestões e está prevista a transmissão em direto de todas as sessões, via streaming.

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