Começou por um desafio. A criadora da Bienal de Arte de Havana, Llilian Llanes, convocou perto de duas centenas de artistas para decorarem outros tantos leques. O resultado é uma coleção delicada e extravagante, reunindo trabalhos de pintores, fotógrafos, desenhadores, gravadores e escultores. A mostra poderá agora ser vista pela primeira vez em Portugal, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, Matosinhos, entre os dias 18 de maio e 9 de setembro.
“Brinquedos para Ícaro – Leques da colecção de arte contemporânea Boti Llanes” reúne trabalhos de artistas cubanos de várias gerações, estilos e poéticas, entre os quais se contam nomes como os de Alfredo Sosabravo, Manuel Mendive, Roberto Fabelo, Rene Francisco Rodríguez, Eduardo Ponjuán, Jose M. Fors y Pedro de Oraa, todos vencedores do Prémio Nacional de Artes Plásticas de Cuba. Outros, como os argentinos León Ferrari e Alejandro Puente, juntaram-se também a este processo de reinvenção dos abanicos enquanto suporte artístico.
Em Matosinhos, a exposição será complementada por um conjunto de leques centenários que pertenceram à antiga proprietária da Quinta de Santiago, Maria Carolina Magalhães, hoje à guarda do Museu Alberto Sampaio, de Guimarães.
“Mais do que qualquer pretensão estética, o que mais sobressai é, todavia, a relação harmoniosa que os artistas estabeleceram entre a natureza amável do suporte e os meios usados para a intervenção”, revela nota enviada às redações.
Transformando os velhos leques em obras de arte, a coleção de Llilian Llanes passou já por países como a Espanha, o Uruguai, a Argentina ou a República Dominicana.