“Estou verdadeiramente comovido e vejo a Igreja viva”, referiu o Santo Padre, de 85 anos, em resposta às exclamações calorosas da multidão na praça de São Pedro, no Vaticano. Milhares de peregrinos assistiram ao discurso de Bento XVI, empunhando bandeiras de vários países e cartazes em que se podia ler “obrigado” em diferentes línguas. “Nestes últimos meses, senti que as minhas forças diminuíam e pedi a Deus, com insistência, em oração, para me iluminar com a sua luz, para que eu pudesse tomar a decisão mais justa”, afirmou, durante a intervenção desta manhã. “Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito”, garantiu.
Em tom de balanço, Joseph Ratzinger salientou que, em oito anos de pontificado, “também houve momentos difíceis, durante os quais as águas estavam agitadas e o vento era contrário, como em toda a história da Igreja”. “Mas sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é a barca de Deus e Ele não deixará afundar a Igreja”, garantiu. Ratzinger resigna amanhã às 20h (19h em Lisboa), assumindo o título de “Sua Santidade Bento XVI, Papa Emérito”.
