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Bem-vinda Primavera, época das alergias!

Bem-vinda Primavera, época das alergias!

Curiosamente, as diferentes estações do ano podem provocar alterações no nosso organismo. O velho ditado “a primavera, o sangue altera”, poderá ter a ver com isto…

É frequente as pessoas se queixarem nesta altura do ano de “falta de energia”, cansaço, cefaleia, problemas de concentração, alterações do humor, do sono… a famosa “astenia primaveral”. Tudo isto parece ter relação com a adaptação à nova estação, aos dias maiores, com maior exposição solar, mudança de temperatura e de pressão atmosférica, e ainda ao aparecimento dos sintomas alérgicos.

As alergias primaveris são um problema cada vez mais frequente nas crianças, mas também nos adultos. Rinite, conjuntivite, asma e urticária são as manifestações alérgicas mais comuns na primavera, sendo os principais sintomas:

  • Prurido ocular, lacrimejo, olhos vermelhos;
  • Congestão nasal, espirros, rinorreia, prurido nasal, faríngeo, palato e canal auditivo;
  • Prurido cutâneo, exantema, aparecimento ou exacerbação do ezcema;
  • Tosse e dificuldade respiratória.

Trata-se de uma resposta exagerada do sistema imunológico frente a um ou vários alergénios do ambiente, ácaros e, principalmente, pólens. Em Portugal, devido ao clima, existem pólenes no ambiente o ano todo, sobretudo de fevereiro a outubro, com um pico máximo de abril a junho. Os principais pólenes implicados nos quadros alérgicos variam de região para região, sendo os mais frequentes, de um modo geral, algumas espécies de árvores, como a oliveira e o plátano, erváceas, como a parietária, plántago e artemísia e, sobretudo, o pólen de gramíneas, sendo este o principal responsável pelas alergias primaveris. É bastante comum haver sensibilização para mais do que uma espécie de pólen, inclusive a combinação de alergia a pólen e, concomitantemente, a ácaros ou fungos. Podem surgir em qualquer idade, embora sejam muito raras no recém-nascido, surgindo ao longo dos primeiros anos de vida.

Quando existe uma exposição ao alergénio, este é reconhecido por umas células presentes na pele e nas mucosas que, por sua vez, desencadeiam uma resposta com formação de anti-corpos do tipo IgE. Estes anti-corpos, quando se fixam aos mastócitos presentes em pele e mucosas, serão os responsáveis pela libertação de Histamina e outras substâncias inflamatórias que provocarão os sintomas alérgicos, sobretudo a nível de pele, mucosas e aparelho respiratório. Por vezes, os sintomas alérgicos podem ser confundidos com uma simples “constipação” ou um quadro de rinofaringite vírica, porém, a doença alérgica raramente se manifesta com febre e os sintomas não se prolongam no tempo ou são recidivantes.

De todas as manifestações alérgicas, a rinite é a mais prevalente, estimando-se que 30% dos portugueses sofram de rinite alérgica. A gravidade das manifestações está ligada ao grau de sensibilização alérgica e à concentração de pólen no ar e da sua exposição, no caso dos polínicos. Este processo inflamatório alérgico tem tendência a persistir e cronificar ao longo do tempo, com sintomas recorrentes, ou mesmo agravarse, desenvolvendo asma.

O diagnóstico de alergia ao pólen passa por uma história clínica detalhada, acerca do tipo de sintomas e os períodos de agravamento, uma exploração física completa e um rastreio de sensibilização alérgica através de testes cutâneos e/ou análises.

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Podemos prevenir os sintomas alérgicos?

É impossível a evicção completa da exposição aos pólenes responsáveis pelos nossos sintomas alérgicos, mas podemos reduzir a exposição através de algumas medidas:

  • Consultar o boletim polínico semanal que divulga as previsões de quantidades de pólen nas diferentes regiões, evitando-se sair nos dias de maior concentração polínica;
  • Evitar estar ao ar livre nas primeiras horas da manhã, sobretudo nos dias de muito vento e sol, quando existe mais pólen, e arejar as divisões da casa na parte da tarde;
  • Ao chegar a casa, tomar banho, mudar de roupa e fazer lavagem nasal com soro fisiológico;
  • Optar por ir de carro ou de transporte público até à escola ou trabalho; ir de janelas fechadas e usar/substituir regularmente os filtros anti pólen do ar condicionado;
  • Usar óculos escuros para aliviar os sintomas oculares;
  • Evitar idas ao campo e atividades ao ar livre nos dias de maior concentração de pólen.

A importância da alimentação

Sendo a base deste problema um quadro inflamatório mediado pela libertação de histamina, faz sentido o consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais, com efeito anti-inflamatório e antioxidantes, evitando outros alimentos considerados “libertadores de histamina”, os quais poderão contribuir negativamente no controlo dos sintomas alérgicos.

No que respeita aos alimentos que funcionam como “aliados”, privilegiar o consumo de peixe azul, sementes de cânhamo, linhaça, kefir, leguminosas, levedura de cerveja, gérmen de trigo, cebola, alho, agrião, couve kale, gema de ovo, tomilho, algas clorella, espirulina, sementes de chia, bagas de goji, geleia real, açaí, gengibre e canela.

Por outro lado, é aconselhado evitar alimentos chamados “libertadores de histamina”, pró-inflamatórios, nomeadamente: açúcar, cacau, enchidos, fumados, enlatados/conservas, queijos curados, vinagre, citrinos, tomate, marisco, molhos com glutamato, entre outros.

Maria Alfaro
Médica Pediatra

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