De 2 de dezembro a 19 de janeiro, o que não vai faltar são motivos para ir ao Batalha Centro de Cinema, que, neste período, apresenta “After Hours: Clubbing no Cinema”. O ciclo em questão “lança um olhar retrospetivo à evolução da música de dança, recorrendo ao cinema para explorar a forma como a cultura noturna transformou momentos pessoais em movimentos políticos”, tal como refere a Ágora.
Ainda que a música de dança tenha surgido, numa primeira fase, no auge da música eletrónica, poder-se-á dizer que este estilo teve particular força, no final do século XX. Nos anos 80, foi notório o crescimento do house e do techno em Chicago e Detroit, respetivamente.
Já os anos 90, por sua vez, “foram o momento explosão da rave na Europa e nos Estados Unidos. Paralelamente, também por todo o mundo, a forma como se dançava em conjunto estava a ser revolucionada”, de acordo com a mesma fonte de informação.
Desta forma, a música de dança deixou de ser um conceito de nicho, em que era essencialmente apreciada por comunidades negras, latinas e homossexuais, passando a fazer parte da cultura pop de todos. Assim sendo, o cinema foi “atrás” e foi captando as suas subculturas.
Posto isto, ao serem levadas as potencialidades sonoras e visuais do universo da dança para o cinema, procurou-se registar o intangível: a libertação, a autoexpressão e o sentimento de pertença que se fazia sentir numa discoteca.
O evento conta com a curadoria de Ana David, Maria Ferreira e Tabitha Thorlu-Bangura, inclui filmes de Mark Leckey; Isaac Julien; Jake Sumner; Whit Stillman; Iara Lee; Rebecca Salvadori; Denise Garcia Bergt; Jeremy Deller; Angus Cameron; Manuela dos Campos; Leilah Weinraub; Wu Tsang; Agustina Comedi; Valentin Noujaïm; Yolande Zauberman; Gregg Araki; e Daisuke Nishio, Hirotoshi Rissen, Kazuhisa Takenôchi e Leiji Matsumoto.
O início de “After Hours: Clubbing no Cinema” está agendado para o dia 2 de dezembro e tem fim a 19 de janeiro.
Foto: House Was Born, Jake Summer (2017) / Divulgação Batalha Centro de Cinema