Portugal colocou três jovens bailarinos no top dos melhores do mundo ao conseguirem destacarem-se, ao longo de uma semana, na 16.ª edição do Youth America Grand Prix, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Os três jovens – Diogo Oliveira, 16 anos, Frederico Loureiro, de 14 anos, ambos alunos da Escola Domus Dança, no Porto, e António Casalinho, de 11 anos, da Anarella Academia de Ballet e Dança, em Leiria – trouxeram do continente americano, e daquela que é considerada a maior competição a nível global, prémios e bolsas de ensino e formação em escolas mundialmente prestigiadas.
Diogo Oliveira vai terminar os seus estudos na famosa escola da Ópera de Paris, depois de ter sido convidado a ingressar naquela escola pela própria diretora da instituição. E de ter, ainda, ganho uma bolsa para a Dutch National Ballet, em Amesterdão, e uma bolsa para a escola do English National Ballet.
O bailarino, que se classificou no top dos seis solistas do escalão sénior, afirma que “não é muito comum a Ópera de Paris atribuir assim bolsas para a finalização dos estudos”, porque “é muito difícil entrar”.
O jovem diz que o prémio “é fruto de muito trabalho desenvolvido na escola”, a que se dedica nos seus tempos livres.
Também estudante da escola do Porto, Frederico Loureiro afirma que “não estava à espera de passar à final” do Youth America Grand Prix, no entanto conseguiu-o e, para além disso, foi ainda o único bailarino europeu a ficar entre os melhores seis solistas Junior.
O jovem afirma ter sentido o reconhecimento do trabalho que a escola e os professores fazem. Frederico trouxe para casa uma bolsa para um programa da Academia Bolshoi, outra bolsa para Dresden e ainda um convite para mais uma competição internacional.
Frederico confessa que sente falta de passar mais tempo com os amigos. Afirma que “há dias em que acontece”, no entanto, o gosto pelo ballet supera isso e quando dança, esquece esses pensamentos.
António Casalinho foi galardoado como o melhor com o “Hope Award” na última edição da competição. O jovem ingressou no mundo do ballet por curiosidade e por influência de amigas, no entanto, agora dedica cerca de 25 horas por semana à atividade.
Os sonhos do jovem bailarino passam por “um dia poder ser um grande bailarino profissional numa grande companhia e poder, quando for mais velho, criar uma escola de ballet da corrente cubana”.
No entanto, o que António deseja é cada vez chegar mais longe e atingir um maior número de metas no mundo do ballet.
Além do sucesso dos bailarinos portugueses além-fronteiras, o país não tem ainda uma grande tradição e um investimento significativo no ballet, o que deixa aos alunos todos os encargos em participações em concursos internacionais.
Texto: Raquel Andrade Bastos