“Temos um país único que não pode abrir a dois tempos. É preciso abrir o país a uma só velocidade. Eventualmente abrir por atividade, por setor, mas não por regiões. Não poderemos aceitar essa discriminação, se acontecer”, afirmou à Lusa Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP).
“Abrir o país a uma só velocidade”, sem deixar regiões para trás com o fim do estado de emergência devido à Covid-19, é o que defende Nuno Botelho, que considera que seria “perigoso” e discriminatório ter o Norte a “abrir de forma mais lenta”.
“Apelo ao bom senso, para não corrermos riscos”, sublinhou o presidente da ACP à Lusa, citado pelo Notícias ao Minuto.
O responsável refere-se às decisões que o Conselho de Ministros vai tomar na quinta-feira quanto à reabertura dos vários setores da economia a 4 de maio, ao facto de “alguns técnicos ligados às autoridades de saúde referirem diferentes medidas de desconfinamento por região” e de o Norte ser uma das regiões que contabiliza um maior número de infetados com o novo coronavírus.
“Quando ouvimos técnicos a referir diferenças na abertura [do confinamento] por regiões, é fácil perceber que podem estar a deixar a região Norte para trás, por ter um maior número de infetados”, notou.
O presidente da ACP considera que a prevalência da infeção a Norte está ligada a “uma maior atividade económica” e a uma “forte industrialização”, que “não parou” com o estado de emergência.
Elogiando a atuação do governo e dos portugueses, que responderam ao confinamento “de forma exemplar” e fizeram “um esforço muito grande para chegar até aqui”, Nuno Botelho apela à “sensatez” neste “momento mais tenso” de retomar alguma normalidade ainda sem vacina para a Covid-19.
De recordar que o estado de emergência em Portugal vai terminar no sábado, 2 de maio. O Governo deverá anunciar na quinta-feira as medidas para continuar a combater a pandemia.