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Artes Marciais Tradicionais Coreanas

Artes Marciais Tradicionais Coreanas

Em declarações à Viva, o introdutor da modalidade em território luso explicou que as artes marciais apresentam duas “linhas bem diferenciadas”: uma mais vocacionada para a vertente desportiva e outra para uma dimensão tradicional, na qual se insere o KSW. Assim, tendo como base “o respeito, a honestidade, responsabilidade, disciplina e cortesia”, o Kuk Sool Won visa transmitir aos praticantes “a riqueza histórica marcial”, tanto a nível técnico como filosófico.

Auto superação acima da derrota do adversário

À luz dos ensinamentos desta modalidade, os instruendos aprendem “alongamentos, formas, (simulação de combate sem contacto), pontapés, punhos, projeções, manipulação de articulações, defesa pessoal, acrobacias, armas tradicionais como espada, punhal, chambo (pau largo e curto), arco entre outras, exercícios de respiração, meditação, acupressão, acupuntura e medicina de ervas”. Segundo Vítor Duarte, a auto superação é, no KSW, mais importante do que a derrota do adversário, sendo que o método de ensino aplicado à modalidade assegura as condições necessárias para que os praticantes não se lesionem. Além disso, também existem combates com “os devidos acessórios de proteção”.

ksw3O KSW, “que significa, literalmente, associação de artes marciais tradicionais coreanas”, começou a ser lecionado no nosso país numa escola portuense. “Em Portugal comecei a dar aulas no Colégio dos Orfãos do Porto, num projeto essencialmente dirigido aos alunos internos. Também tínhamos uma sala alugada no Circulo Católico dos Trabalhadores do Porto e na Casa Tait”, salientou Vítor Duarte, acrescentando que a Federação Portuguesa de Kuk Sool Won (FPKSW) está, agora, a preparar a abertura de uma escola em Matosinhos, que vai ser oficialmente inaugurada a 1 de setembro, com o início das aulas agendado para o dia 3 do mesmo mês.

O professor explicou ainda que, apesar de a FPKSW, criada em 2010, ter tentado instalar o projeto da escola no Porto ou em Vila Nova de Gaia, a ausência de respostas em relação à possibilidade de cedência de um espaço fez com que surgisse a necessidade de procurar outras soluções. “Dada a atual conjuntura, onde os escassos apoios são dirigidos às atividades instaladas no país há mais anos, decidimos, por iniciativa e recursos próprios, criar a primeira escola de KSW em Matosinhos”, referiu o responsável, que começou a praticar a modalidade em 1991, na escola do Mestre Coreano Eung Koo Lee, em Caracas, onde residia.

O estabelecimento de ensino, que vai funcionar no número 86 da Rua D. João I, junto à estação de metro Matosinhos Sul, terá capacidade para 150 alunos, a partir dos seis anos, que poderão escolher os seus horários entre as 9:00 e as 22:00 horas. De acordo com Vítor Duarte, a escola “está fundamentalmente dirigida à família”, sendo que “pais, crianças e adolescentes podem praticar simultaneamente”.

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ksw6A introdução desta arte marcial em solo português foi feita de uma forma “completamente circunstancial”. Na Venezuela, Vítor conjugava o estudo de Kuk Sool Won com a direção de uma empresa de importações. “A partir do ano 2000, a conjuntura política e socioeconómica do país começou a atravessar grandes dificuldades o que me levou a considerar a possibilidade de abandonar o meu projeto empresarial e dedicar-me a um novo – o de introduzir o KSW em Portugal”, salientou o professor, que ainda mantém contacto com os dois mestres coreanos que lhe deram formação – Eung Koo Lee e Sun Gu Gea.

“Fazer crescer a semente do KSW”

Com a autorização dos referidos formadores e da World Kuk Sool Association, Vítor Duarte assumiu o compromisso de “representar, promover, divulgar e fazer crescer esta semente chamada KSW”, que foi fundada nos anos 50 pelo Grão Mestre In Hyuk Suh. Para o docente, graduado com cinturão negro em 2000, a grande mais valia da modalidade é o facto de funcionar como “uma excelente ferramenta para a formação integral do indivíduo”. A prática contínua e disciplinada do KSW oferece-nos um mapa orientador dos bons caminhos e, consequentemente, uma vida emocional estável. Oferece-nos princípios e valores complementares que, por razões naturais, não encontramos no seio da família, escolas ou universidades, valores muito próprios da essência cultural e filosófica da arte marcial tradicional”, descreveu. Desta forma, acrescentou, a prática surge “quase como uma garantia de saúde física e mental”, funcionando também como “uma ferramenta para lidar com os problemas e obstáculos quotidianos inerentes à própria existência”.

ksw4Modalidade pouco conhecida em Portugal

Vítor Duarte considera que o KSW ainda é praticamente desconhecido no nosso país pelo facto de ser uma modalidade tradicional e não desportiva. “É uma arte marcial tradicional mais dirigida à preservação da sua identidade histórica, cultural e filosófica e, por não ter seguido um caminho mais competitivo (…), não teve nem tem os mesmos apoios governamentais das artes marciais desportivas e olímpicas”, sustentou, demonstrando que não pretende desistir da tarefa de levar o Kuk Sool Won a mais portugueses.

Mariana Albuquerque
Fotos: Federação Portuguesa de Kuk Sool Won

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