Em declarações aos jornalistas na cidade do Porto, onde participou num plenário promovido pelos trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) em frente à sede da empresa, o líder da CGTP defendeu que, “quando se fala do interesse do Governo em entregar a concessão destas empresas [de transporte público] à gestão privada estamos a ser confrontados com um problema de grande dimensão para os trabalhadores, mas também para as populações”. “Qualquer empresa privada, quando entra num negócio desta natureza, é para ter lucro, não é para prestar um serviço de caráter social”, salientou o responsável, acrescentando que o processo de privatização implicará “reduções dos direitos dos trabalhadores e do serviço público e aumento dos preços dos serviços prestados à população”.
De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT), durante o plenário foi aprovada uma moção que aponta para o início de uma “negociação coletiva que signifique a paz social na STCP, em prol do transporte aos utentes e das condições de trabalho” dos funcionários. “Queremos negociar, na íntegra, o acordo de empresa e ver salvaguardadas matérias que estão a ser dirimidas em tribunal, como o direito ao transporte dos familiares, o pagamento do trabalho extraordinário, o descanso compensatório e o subsídio de turno, tudo matérias que estão previstas na lei e que nós nunca recebemos”, sublinhou Ricardo Cunha, presidente da CT.
