A Associação Comercial do Porto (ACP) reivindicou hoje a implementação rápida dos investimentos previstos para o Porto de Leixões, num documento enviado ao Presidente da República, primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro, ministro da Economia, grupos parlamentares na Assembleia da República, secretário-geral do PS e coordenador da Comissão Política Nacional do PSD. A ACP questiona “quando pensará o Governo clarificar as indefinições que estão a bloquear” a ampliação do terminal de contentores e a construção de um novo cais que permita a entrada de navios porta-contentores, com um calado de 14 metros.
Para a associação, o “sucessivo adiamento” da empreitada já programada “está a comprometer a capacidade concorrencial” do equipamento de Matosinhos.
Nuno Botelho, presidente da ACP, declarou à agência Lusa que os projetos “há muito estão programados, projetados e inclusivamente aprovados, mas o Governo teima em não dar a assinatura final para implementar estas obras, pondo em causa os ‘timings’ da execução das mesmas”.
“Quando o Governo não percebe a importância de avançar rapidamente para as obras, obras que todos estamos de acordo que são necessárias, nós não conseguimos perceber e temos que tomar uma posição pública, tentar denunciar e alertar para a absoluta necessidade de avançar com as obras”, frisou o responsável.
Destacando “as ‘multivalências’ de Leixões, a sua rentabilidade acima de qualquer outro porto nacional e o seu posicionamento estratégico”, o documento da ACP recorda ainda que, em 2014, o porto registou um “aumento de 5,3% nas mercadorias movimentadas, encerrando o ano com um novo máximo de 18,1 milhões de toneladas”.
A ACP “estranha” também que “seja grande o empenho e a preocupação do Governo em avançar rapidamente para a construção do novo terminal de contentores de Lisboa no Barreiro”, afirmando que “não existe uma verdadeira política portuária em Portugal” quando “não se avança para investimentos no Porto de Leixões e [o Governo] se preocupa em preparar a obra no Barreiro”.