“Esperamos que esteja terminado [processo] muito proximamente”, afirmou o autarca durante a Assembleia Municipal do Porto, em sessão extraordinária, onde foi aprovada com 38 votos a favor e sete abstenções a proposta dos acordos com os vendedores do interior mercado que permanecem e os que saem.
O autarca independente explicou que os comerciantes do interior já celebraram os contratos, faltando os do exterior.
“Temos tido muitas reuniões, mas os vendedores do exterior têm outras preocupações e anseios que todos nós percebemos”, referiu, sublinhando que têm uma realidade diferente.
Rui Moreira explicou que a grande inquietação dos comerciantes do exterior é que durante as obras vão ter de interromper os negócios, algo incontornável.
“Mas, em breve tenciono apresentar aqui uma solução semelhante aos do interior, sendo obviamente garantido a todos o direito de permanência”, reforçou.
Durante as obras de remodelação será necessário continuar a comprar aos comerciantes do Bolhão que, provisoriamente, ficarão instalados no Centro Comercial La Vie, frisou.
Rui Moreira garantiu ainda à oposição que não irá “reclamar os louros” da requalificação do mercado na campanha para as próximas autárquicas, dizendo que todas as forças políticas ajudaram à sua concretização.
“Fiquem sossegados. Não iremos aos banhos de multidão ao Bolhão, tendo aliás sido a única força política que não o fez”, vincou.
Elogiando a forma como o município geriu o processo com os comerciantes, o deputado André Noronha, do movimento de Rui Moreira (“Porto, O Nosso Partido”), considerou que houve “verdadeira consideração” por eles com soluções de “equidade, justiça, firmeza e equilíbrio”.
Também Gustavo Pimenta, do PS, ressalvou que a câmara atuou bem e de forma conseguida neste processo.
Bolhão chegou a situação “calamitosa”
Já o bloquista José Castro sugeriu à assembleia uma visita guiada ao mercado para perceber o “andamento e importância das obras e a continuação da mesma disposição por parte do município para ouvir os vendedores”.
Artur Ribeiro, da CDU, considerou que a câmara fez aquilo que lhe competia porque entendeu que o Bolhão chegou a uma situação “calamitosa”, sendo a intervenção uma “urgência”.
O deputado deixou ainda uma crítica ao facto da reabilitação estar “muito atrasada”.
A proposta realça que 68 dos comerciantes do interior do mercado manifestaram vontade em continuar, tendo já assinado acordo com a autarquia, e 23 deles decidiram abandonar a atividade por já não terem condições, dada a idade avançada, e não terem familiares ou auxiliares a quem passar o negócio, devendo ser alvo de indemnizações que variam entre os 10 mil e 35 mil euros.