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A importância de nunca parar de brincar

A importância de nunca parar de brincar
A AdvanceCare fez um levantamento da pluralidade de estudos que revelam os benefícios de nunca deixar de brincar e por que é que esta não deve ser uma prática só das crianças!
O hábito de brincar parece ter ficado perdido algures entre a infância e a idade adulta. É verdade que, na sociedade atual, os compromissos de índole familiar e profissional dominam de tal forma o quotidiano que pouco tempo sobra para os momentos de pura descontração e prazer. Mas não é menos verdade que essa mesma sociedade tende a desvalorizar a importância do brincar para os adultos, vendo-o como improdutivo. A idade adulta é percebida como a idade para se ser sério. Mas não é porque se é adulto que não se pode brincar. Não só pode como deve.

Um instituto para resgatar a brincadeira
O psiquiatra e investigador norte-americano Stuart Brown levou tão a sério a brincadeira que fundou o The National Institute for Play, nos Estados Unidos, fazendo sua a missão de resgatar a brincadeira na sociedade contemporânea, incorporando o brincar na vida pública.
E porquê? Porque entende que brincar é relevante para qualquer indivíduo: exercita competências, como o dar e receber, ensina a sentir empatia pelo próximo e a desenvolver o sentido de pertença à comunidade. Autor de “Play: How it Shapes your Brain, Opens the Imagination and Revigorates the Soul”, Stuart Brown diz mesmo que brincar é muito mais do que diversão, não podendo ficar confinado ao ato de jogar à bola ou fazer uma corrida de carrinhos… “É algo que está connosco há milhares de anos, é uma herança ancestral que espera ser incorporada desde a infância. Fomos biologicamente projetados para brincar e é por isso que a brincadeira precisa de fazer parte da nossa cultura”.
No seu livro, este investigador compara a brincadeira ao oxigénio: “Está à nossa volta e, no entanto, passa despercebido e só é apreciado quando falta”. Brown não fala por acaso: passou décadas a investigar o poder de brincar, reunindo seis mil casos, entre prisioneiros condenados por homicídio a vencedores de Prémios Nobel, de empresários a artistas, que mostram como brincar é relevante. Na infância e na idade adulta.
Stuart Brown não está sozinho nas suas convicções. O médico Bowen F. White, autor de “The Normal Isn’t Healthy”, não tem dúvidas de que brincar é essencial, independentemente da idade. E dá dois exemplos: brincar – diz – pode facilitar o estabelecimento de laços profundos entre as pessoas, bem como ajudar no processo de cura.
Scott G. Eberle, vice-presidente de The Strong – National Museum of Play, no Estado de Nova Iorque, e editor do American Journal of Play, reforça com a ideia de que “não se perde a necessidade de novidade e de prazer à medida que se cresce”. No seu entendimento, brincar é um processo, um “estado de ser”, não um fim – isto é, o foco deve estar na experiência, não em alcançar um resultado.

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Uma mão cheia de benefícios
O primeiro passo para redescobrir a brincadeira deve ser mudar o modo como se olha para ela. E autorizar-se a brincar. E, finalmente, desfrutar dos benefícios dessa nova postura. É que, segundo os autores que se têm debruçado sobre o tema, brincar tem muito que se lhe diga:
– Promove a felicidade e alivia o stress: brincar contribui para libertar endorfinas, químicos naturais do organismo responsáveis pela sensação de bem-estar;
– Melhora as funções cerebrais: atividades como jogar xadrez ou completar puzzles são desafiantes para o cérebro, podendo ajudar a prevenir problemas de memória, por exemplo.
– Estimula a criatividade e a imaginação, bem como a capacidade para resolver problemas: afinal, aprende-se mais quando se está descontraído e bem disposto;
– Reforça os laços sociais: partilhar uma gargalhada pode ser meio caminho andado para uma aproximação aos outros, ajudando a quebrar o gelo nos contactos iniciais, a fazer novos amigos e até a desbloquear ou cimentar relações profissionais;
– Potencia a produtividade: brincar na idade adulta ensina a cooperar com os outros, o que poder reverter a favor da atividade profissional. Além de que uma pessoa mais feliz se dedica com mais vontade às tarefas, tornando-se mais produtiva;
– Aumenta a energia: brincar estimula a vitalidade e aumenta a resistência à doença.

Brincar bem
Não são apenas os investigadores que levam o brincar muito a sério. Há quem faça da brincadeira um modo de vida. Foi o que aconteceu com o dinamarquês Ole Kirk Kristiansen. Mestre carpinteiro e marceneiro, montou uma pequena empresa na aldeia de Billund, em 1931, na qual se fabricavam escadotes, tábuas de passar, banquetas e… brinquedos. Tudo em madeira. Foi quando o filho Godtfred, de 12 anos, se juntou a ele que nasceu aquela que hoje é uma das marcas mais reputadas e valiosas do mundo – a Lego. O nome resultou da união entre duas palavras dinamarquesas – Leg e Godt – e significava, por acaso ou não, “brincar bem”. Os primeiros brinquedos eram peças compactas, sendo o mais emblemático um pato de madeira com cordel para puxar, muito longe ainda dos blocos coloridos que hoje fazem as delícias de pequenos e… graúdos. Nessa altura, ainda não se tinham apercebido de que LEGO tem outro significado – em latim, corresponde a “tudo junto”.  Hoje, a empresa tem mais de 18 mil funcionários. E leva à letra a importância de “brincar bem”: em agosto de 2016 instituiu o Dia da Brincadeira e durante quatro horas ninguém trabalha na empresa.{jcomments on}

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