Com origem no latim communicatio, a Comunicação é uma das peças mais importantes para o crescimento e desenvolvimento de uma Sociedade. É assim nas relações humanas, nas relações entre as espécies animais, mas também nas ligações entre empresas. Não é por mero acaso que, nas empresas cotadas em bolsa, existe um conjunto de operações que, no imediato, têm de ser divulgadas (comunicadas) aos investidores e aos mercados. Uma informação rápida e clara é fulcral para garantir a serenidade dos investidores.
Em Saúde isso não é diferente. Numa consulta médica, é de capital importância que um médico explique ao seu paciente, de forma clara e simples, qual a doença de que padece, quais as suas consequências e para que serve cada medicamento receitado. Ou que um enfermeiro explique como é feito determinado tratamento que pode ser continuado em casa. Quanto mais clara a informação transmitida ao utente, mais simples será para ele entender a dimensão do problema que o afeta e quais as soluções que estão ao seu dispor para o ultrapassar.
Em tempo de pandemia, como aqueles em que temos vivido nos últimos dois anos, a comunicação assume um papel ainda mais determinante. A proliferação de redes sociais e de acesso a informação sem qualquer validação técnica e científica aumentam os riscos de desinformação da população e podem, infelizmente, condicionar os resultados de toda a estratégia montada pelas autoridades.
É, por isso, fundamental que a cada momento a população esteja informada, de forma simples, clara e transparente, de todos passos que estão a ser dados para controlar a pandemia de COVID-19. Uma comunicação clara e assertiva das medidas e regras em vigor, sem que sejam desmentidas poucas horas depois, é fulcral não só para que sejam entendíveis pela população, mas, sobretudo, para que se tornem credíveis aos olhos da população.
Embora com a noção clara das dificuldades inerentes a um combate desigual e em tudo novo para a comunidade científica, exige-se aos decisores políticos cuidados acrescidos na hora de falar à população, sem cair nos facilitismos de declarar a entrada em fase endémica, quando nem a Organização Mundial de Saúde se sente capaz de apontar um prazo para a entrada nessa mesma fase.
Coerência. Simplicidade. Transparência. São estes os três pilares que devem nortear toda e qualquer comunicação em Saúde. Com responsabilidade acrescida num tempo de pandemia. Só assim a comunicação será credível e aceite por todos.
Helder Robalo
Assessor de Imprensa Sénior na MSImpacto – Comunicação e Assessoria de Imprensa
