A inclusão da Cantarinha dos Namorados de Guimarães no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas foi oficializada por um despacho publicado em Diário da República nesta terça-feira.
Este despacho, assinado pelo presidente do conselho diretivo do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), Domingos Ferreira Lopes, confirma a Oficina – Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães como entidade promotora responsável pelo registo.
Esta peça, que reproduz a forma de um cântaro de água, é composta por quatro partes: cântara, prato, púcara e tampa, todas feitas de barro vermelho e decoradas com pó de mica incorporando motivos florais ou elementos geométricos em relevo ou em baixo-relevo.
A Oficina argumenta que a Cantarinha dos Namorados de Guimarães é uma peça icónica, cuja perpetuação ao longo de quinhentos anos testemunha toda a história da olaria local. As unidades produtivas artesanais dedicadas à sua produção estão localizadas nas freguesias de Oliveira do Castelo, Fermentões, Brito e Lordelo, abrangendo todo o concelho de Guimarães.
Na manufatura da cantarinha, a preparação do barro é seguida pelo trabalho na roda de oleiro, seja tradicional ou elétrica. A peça é então composta por prato, púcara e tampa, esta última adornada com uma figura zoomórfica de pássaro, simbolizando a maternidade.
A Cantarinha dos Namorados de Guimarães é reconhecida não apenas por sua forma, mas também por representar um ato simbólico de troca de afetos entre as pessoas. O promotor defende que a criação de novas peças deve manter suas características formais e simbologia, mas pode explorar novos materiais e matérias-primas, desde que complementares ao barro, mantendo a mensagem de celebração do amor.
Fotografia: Loja-Oficina A Cantarinha dos Namorados
