Ainda assim, com a Câmara do Porto como pano de fundo, todas as barraquinhas deram as boas vindas aos visitantes que não quiseram perder a oportunidade de inspecionar as obras à venda logo nas primeiras horas da feira, que se estende até 12 de junho.
Quando o presidente da autarquia portuense, Rui Rio, chegou à Avenida dos Aliados, para a inauguração oficial da Feira do Livro, meia hora depois das 18 horas, muitos eram os visitantes que percorriam os pavilhões com as novas aquisições de leitura já nas mãos.
Para Rio, a 81.ª edição da mostra, inteiramente dedicada aos livros, é muito importante por dois motivos. “O primeiro tem a ver com o esforço que nós temos feito, com êxito, para a reabilitação da Baixa”, afirmou, explicando que a feira, “evento cultural de inegável importância e tradição”, tem sido um dos elementos fundamentais para a dinamização do coração da cidade do Porto.
Por outro lado, o presidente da Câmara do Porto considera também que, “apesar de os ventos de mudança da nossa sociedade não serem muito amigos da leitura”, há que continuar a fazer um esforço no sentido de promover o livro, “particularmente junto dos jovens”. “Hoje, a nossa sociedade muda muito rápido, a uma velocidade elevada, e as pessoas são empurradas, muitas vezes, a agir sem pensar”, salientou, acrescentando que “quem tiver hábitos de leitura consegue fazer uma reflexão, ponderar melhor sobre aquilo que pode fazer na vida”.
Terminados os discursos de Rui Rio e de Vasco Teixeira, vice-presidente da APEL, que se revelou confiante na diversidade de livros que a feira tem para oferecer aos visitantes, as tunas das Faculdades de Direito e de Medicina Dentária da Universidade do Porto enfrentaram o calor dos trajes negros para uma tradicional atuação académica. Entretanto, os visitantes continuaram, em passo lento, a percorrer os pavilhões, nos quais, entre livros de variados temas, se encontram soluções adequadas à época de crise que se vive no país.
Uma feira do Livro com “Hora H”
“Temos descontos e temos a Hora H, em que, de segunda a quinta-feira, durante uma hora, é possível comprar livros com o mínimo de 50% de desconto”, explicou o diretor da Feira do Livro do Porto, Avelino Soares, à Viva. Assim, entre as 22 e as 23 horas, o desafio é percorrer as 123 barracas, mais duas do que na edição anterior, para descobrir as obras assinaladas com a promoção. Além disso, os pavilhões disponibilizam ainda livros usados a dois euros e até a modalidade “pague dois leve três”.
Encontros de escritores dinamizam o certame
A programação da 81.ª edição da mostra de leitura engloba ainda um conjunto de debates e encontros entre o público e os escritores. No sábado, dia 28 de maio, o Auditório da feira, localizado no lado inverso ao da Câmara do Porto, receberá, às 17 horas, “A Literatura e a Ilusão mais verdadeira que existe”, que contará com a presença dos escritores Lídia Jorge e Rui Cardoso Martins. No domingo, dia 29, Álvaro Domingues será o moderador de uma conversa com José Rentes de Carvalho e Francisco Duarte Mangas, marcada para as 17h30.
Já no dia 2 de maio, quinta-feira, a Invicta estará no centro das atenções de Germano Silva e Rui Moreira, responsáveis pelo encontro “Falar de ti, cidade velha e sempre nova”, com a moderação de Manuel Cabral. Manuel António Pina, distinguido recentemente com o Prémio Camões, será, juntamente com José Tolentino de Mendonça, um dos intervenientes no encontro “A volúvel matéria das palavras”, agendado para o dia 4 de junho. Ainda no sábado, às 17h30, a Feira do Livro do Porto vai homenagear Maria Helena da Rocha Pereira, especialista em estudos clássicos cuja obra conta com mais de trezentos títulos e que venceu o Prémio Vida Literária 2010, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, numa cerimónia que contará com a presença de Delfim Leão, Frederico Lourenço, Hélia Correia e atores da Companhia de Teatro de Braga. No dia 10 de junho, o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, integrará o encontro “Olhar o passado, ver o futuro”, agendado para as 18 horas.
Tal como recordou Avelino Soares, “diariamente há muitas atividades e, adicionalmente, temos música e a projeção de três filmes”. A banda Intersound atuará na sexta-feira, dia 27 de Maio, às 21 horas, Carlos Semedo no domingo, dia 29, e Fernando Oliveira a 9 de junho. Marcada para o dia seguinte está também uma Noite de Fados.
Na Praça Humberto Delgado serão exibidos três filmes: “Dário de Bordo”, de José Cardoso Pires (no dia 1 de junho); “Tomai lá do O’Neill”, de Fernando Lopes (a 7 de junho) e “O Manuscrito Perdido”, de José Barahona, marcado para o dia 9.
Na Praça Humberto Delgado serão exibidos três filmes: “Dário de Bordo”, de José Cardoso Pires (no dia 1 de junho); “Tomai lá do O’Neill”, de Fernando Lopes (a 7 de junho) e “O Manuscrito Perdido”, de José Barahona, marcado para o dia 9.
Mariana Albuquerque