Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), que vai ser apresentado esta sexta-feira, no Porto, concluiu que 55% da população das regiões Norte, Centro e Lisboa tem “dois ou mais” fatores de risco vasculares. Em declarações à Lusa, Mafalda Bourbon, coordenadora da investigação, intitulada “E-Cor”, explicou que o aspeto “mais preocupante” reside no facto de esta percentagem dizer respeito a fatores de risco como a diabetes, a hipertensão, o colesterol elevado, o tabagismo e o excesso de peso/obesidade, não estando a ser considerados nestes 55% os hábitos de vida como a dieta ou o sedentarismo. Os dados do estudo vão ser apresentados no 8.º Congresso do Acidente Vascular Cerebral (AVC), organizado pela Sociedade Portuguesa do AVC, que se realiza entre hoje e sábado, no Centro de Congressos do Hotel Porto Palácio, no Porto. A especialista informou ainda que “não é faixa etária mais nova [18/35 anos] que regista mais fatores de risco”, reconhecendo, ainda assim, que a percentagem verificada nos adultos/jovens é igualmente “preocupante”, sobretudo pelo facto de ser um setor da sociedade que descura a prevenção. “As pessoas têm de ter noção de que têm de controlar mais a sua saúde. Na faixa 18/34, ninguém está muito preocupado com a saúde. E 20% dos adultos/jovens já têm dois fatores de risco. (…) Quantos mais se tem, a probabilidade de ter um evento cardio-cerebro-vascular aumenta exponencialmente”, alertou.
A investigação de Mafalda Bourbon arrancou em 2012 e deverá terminar no final deste ano. Até agora, foram avaliadas populações de três regiões – o Norte, o Centro e Lisboa. Entre os meses de abril e dezembro, o estudo incidirá em amostras do Algarve e do Alentejo.
