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3 lendas no distrito do Porto que, possivelmente, desconhecias

3 lendas no distrito do Porto que, possivelmente, desconhecias

Não há nenhum ditado que o diga, mas já se sabe que, quanto maior a cidade, mais mitos e lendas deverão existir em relação à mesma. O Porto não é exceção. Posto isto, já deverá ter ouvido falar em porque é que nos chamam “tripeiros”, já deve ter ouvido falar na lenda da Estação de São Bento, entre outras.

Posto isto, vamos focar-nos no Porto e nos seus arredores, contando-lhe três histórias que, possivelmente, nunca terá ouvido falar. 

1- A Lenda de Santiago e Caio

Conta-nos a história que, em 44 d.C., um cavaleiro da Maia chamado Caio Carpo Palenciano passeava pela praia de Matosinhos com a sua esposa Claudina e os seus familiares. De repente, um cavalo galopou em direção ao mar, levando consigo Caio. Para surpresa de todos, o cavalo e o cavaleiro acabaram por aparecer perto de uma barca, cobertos de vieiras.

A lenda diz-nos que a bordo da barca estavam discípulos cristãos que levavam o corpo do seu mestre, Tiago, para Espanha. De acordo com os discípulos, o cavalo de Caio teria sido guiado por uma força divina, pois este era um escolhido de Deus. As vieiras eram o sinal de Santiago, que desejava que Caio se convertesse ao cristianismo.

Tocado pela história, Caio foi batizado no mar e, ao retornar para os braços da família, tê-los-á convertido com o relato do milagre. 

2- A Lenda de Valongo e Susão 

Desta vez, damos um saltinho até Valongo, para conhecer a lenda de Valongo e Susão. Ora bem, reza a lenda que, ao fugir de perseguições no Oriente, um grupo de cristãos, entre eles o rico negociante judeu Samuel e a sua filha Susana, refugiaram-se em Cale, foz do rio Douro.

Estes achavam que estavam seguros. O problema é que a realidade não seria bem assim, já que os árabes dominavam a região. De forma a conseguirem salvar-se, terão raptado o jovem Domus, que seria a moeda de troca por paz.

Contudo, o destino tinha outros planos. Domus e Susana apaixonaram-se e o mouro, desejando casar-se com a jovem, pediu para ser batizado. A única opção foi fugir até ao Oriente.

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Pelos vistos, ao chegarem ao ponto mais alto da Serra de Santa Justa, Susana ter-se-á encantado com a beleza do vale extenso que via à sua frente. Ter-se-ão estabelecido aí, onde construíram as primeiras casas de uma povoação que chamaram de Susão, fazendo alusão ao nome da rapariga: Susana. Já o vale, que Susana achou bonito e longo, passou a chamar-se “Valongo”, tal como conhecemos hoje.

3 – A Lenda de Pedro Sem

Se já foi ou costuma ir ao Palácio de Cristal, já deve ter reparado na Torre de Pedro Sem. Posto isto, e se lhe disséssemos, que por detrás dessa torre, existe uma lenda associada?

Diz-se que a torre pertencia a Pêro do Sem, chanceler do rei D. Afonso VI no século XIV. No entanto, a lenda popular conta uma história diferente, fazendo alusão a um personagem chamado Pedro Sem.

Diz-se que Pedro Sem, apesar de rico, viva inconformado com o facto de não ser reconhecido como nobre. Possuía naus na Índia e emprestava dinheiro a juros exorbitantes, acumulando fortuna à custa da desgraça alheia.

Ter-se-á casado com uma jovem da nobreza em troca do perdão das dívidas de seu pai. A festa terá durado cerca de quinze dias. Por essa altura, as naus que possuía aproximavam-se da barra do Douro, cheias de especiarias e riquezas.

Pedro Sem, deslumbrado com as suas posses, terá invocado que nem Deus tinha capacidade para fazer dele pobre. O problema é que a natureza tinha outras ideias. Deu-se uma grande tempestade e o fim da história já se avizinha: as naus naufragaram. 

Como se isso não chegasse, a mesma lenda conta que um raio atingiu a torre, destruindo ainda mais os seus bens. Ficando sem nada, Pedro Sem tornou-se mendigo e lamentava-se, pedindo dinheiro, já que “teve tudo e agora não tem”.

Fotografia: Pexels

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