O Teatro Rivoli abriu as portas no dia 20 de janeiro de 1932 e, desde então, tem sido um elemento fulcral para manter acesa a chama da cultura na cidade Invicta. Neste artigo, a VIVA! leva os seus leitores numa viagem na máquina do tempo para recordar os espetáculos que marcaram o primeiro destes 92 anos de história.
“A estreia, no dia 20, no Rivoli do Porto, da companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, efetua-se com a comédia de Marcelino Mesquita, Peraltas e Sécias”, anunciava o Diário de Lisboa na edição de 14 de janeiro de 1932, de acordo com o artigo publicado pela Câmara Municipal do Porto sobre o Rivoli.
Seguiram-se, durante um mês (entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro), outras peças renomadas do repertório da companhia: Amor de Perdição, A Conspiradora, Pedro ou Jack, A Volta, Romance, Frei Tomás, Boas Noites, Greve Geral, Maridos de Hoje, Leonor Teles, Domus e Entre Giestas.
A 26 de fevereiro, estreou “Ai-lo”, de Felix Bermudes, João Bastos e Alberto Barbosa; e a 26 de março “Vamos ao Vira”, de José Galhardo, António Carneiro e Vasco Sant´Ana. Estas duas revistas apresentadas pela Companhia Portuguesa de Revistas de Eva Stachino, estrela mexicana radicada em Portugal, foram um sucesso, principalmente a “Vamos ao Vira” que ficou famosa devido ao “episódio de bastidores em que Eva Stachino, agrediu a colega de palco Zulmira Miranda”, lê-se na cronologia do Rivoli.
Entre os dias 13 e 20 de abril, a Grande Companhia de Circo trouxe para o Porto uma temporada de espetáculos que contou com 50 artistas internacionais do Coliseu dos Recreios e dos principais circos da Europa e da América.
No dia 29 de abril, deu-se a estreia do “Moscaicos Argentinos”. Esta obra da Companhia de Arte Popular Argentina Azucena Maizani era uma verdadeira “evocação de costumes em três atos e 21 quadros, com muitos tangos à mistura”.
Em maio, as sessões estiveram a cargo da Grande Companhia Dramática Portuguesa do Teatro Politeama, Empresa de António Macedo. Entre as peças apresentadas, com um elenco de luxo composto por estrelas como Ilda Stichini, Maria Matos e Vasco Santana, estiveram “A Menina do Coro” (com estreia a 6 de maio), “Zazá” e “A Morgadinha de Valflor”.
Em julho, foi a vez da Companhia Popular de Operetas e Revistas – Artistas Associados. No dia 2 estreou a opereta-fantasia de costumes populares “História do Fado” e, a 19 de julho, “Água Fresca”, “a revista de costumes e acontecimentos do Norte, como proclamavam os anúncios”.
A terminar a temporada, em outubro, o Rivoli reabriu depois do Verão como cinema. No dia 15 foi “inaugurada a época de Inverno e o cinema sonoro”, com a obra alemã “Estudante Mendigo”, de Viktor Jansen. A partir desta, a sétima arte passou a “dominar a programação”.
No dia 28 de outubro, o cinema foi interrompido para apresentar a Revista do Coliseu, “fantasia em três actos”, da Companhia do Coliseu de Lisboa. A estreia do espetáculo foi em homenagem ao “primeiro jogo Futebol Club do Porto-Astúrias”, que teve lugar no Campo do Ameal, no dia seguinte.
Durante nove décadas, seguiram-se muitos espetáculos de música, dança, teatro e tantas outras formas de expressão artística que tornam este espaço emblemático portuense num marco importantíssimo do panorama cultural do país.
Recorde-se que pode estar sempre a par da programação do Rivoli no site do Teatro Municipal do Porto.
Fotografia de capa: Prolongamento da Rua de Passos Manuel – Arquivo CM Porto