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Junta da Galiza

Jogos de rua de antigamente

Jogos de rua de antigamente

Éramos felizes e não sabíamos: jogos de rua de antigamente que a maioria das crianças já não conhece mas que fizeram as delícias dos mais velhos.

Ioiô
Tal como o pião, quem nunca experimentou o famoso “Ioiô”? Este é um dos mais antigos brinquedos existentes. A palavra vem do filipino e quer dizer “volte aqui”, e na verdade é mesmo isto que faz.
Como é que tal objeto, com 2 discos unidos por um eixo, onde se prende uma corda, e que sobe e desce, teve o sucesso que teve?
A verdade é que este jogo ia ficando cada vez mais divertido, quanto mais “expert” nos tornássemos na matéria do lançamento do ioiô e nos respectivos efeitos para impressionar a família e amigos: o efeito “balança”, “vai e vem”, “trapézio”, “passeio cãozinho” são alguns exemplos.

Macaca
Com um pau de giz e uma pedrinha fazia-se a festa. Desenhava-se no chão vários retângulos (casas) conforme a figura ao lado e passavam-se umas belas horas a atirar a dita pedrinha, a caminhar em pé coxinho para apanhá-la em equilíbrio num só pé e a regressar também em pé-coxinho.
Em algumas casas podiam ser colocados os 2 pés em simultâneo (as que tinham 2 quadrados lado a lado), outras só podia ser num pé.
Ora aí está um belo exercício que poderia dispensar algumas horas de step ou spinning (e bem mais barato). Alguém quer alinhar?

Pião
Uns simples, outros coloridos, este jogo poderia ser partilhado com quem quisesse. Bastava que tivessem um pião, uma corda para o fazer girar e algo para desenhar um círculo no chão.
O objetivo era deixar girar um pião no círculo e correr com os piões dos outros para fora desse espaço.
De facto era necessário alguma perícia de mãos (que confesso que nunca tive). Ainda assim, ainda bem me lembro de tentar atingir recordes do tempo em que o pião ficava a rodopiar.
Não convinha muito ser em casa sob pena do chão de ficar com uns relevos esquisitos e a Mãe ficar colada ao teto. Algo tão simples e como pegou durante décadas a fio.

Malha
Remonta ao tempo em que se começou a colocar ferraduras nos cavalos do exército romano. Para ocupar o tempo, os soldados lá acharam piada a atirar tais ferraduras com o objetivo de derrubar ou chegar perto de um pau.
Mais curioso ainda é que, em Portugal, o nome mais popular é “chinquilho”. Daí o verbo verbo “achincalhar”, que significa ridicularizar/rebaixar/humilhar, pelo facto deste ser um passatempo tradicional das classes mais desfavorecidas.
E havia autênticos mestres, geralmente carecas ou de cabelos brancos, na arte do “malhar” ou “achincalhar” (no bom sentido da palavra).

Escondidas
Este jogo das Escondidas era tanto mais divertido quanto maior o potencial de esconderijos a área tivesse. Era um clássico nos recreios e nas festas de aniversário dos amigos. Claro que quase ninguém queria ficar no papel de contar alto até 100 virado contra uma parede ou árvore e depois ter que “ir á cata” dos amiguinhos escondidos. Mas enfim, tocava a todos. Terminada a contagem lá esse jogador tinha que anunciar o início das buscas com um sonoro “AÍ VOU EU” e todos os outros ficavam que nem múmias nos seus esconderijos. Nunca a palavra “coito” foi tão inocente como a simples chegada vitoriosa do jogador que estava escondido ao posto inicial, sem ser apanhado no trajecto. Caso conseguisse tal proeza, podia dizer “1,2,3 salvo xpto” (xpto = nome do amigo/amiga que estivesse naquele momento no top do seu ranking de amizade ou quiçá algo mais) ou, se fosse do género altruísta: “1,2,3, salvo todos!”.

Salto ao eixo
Fazia parte de algumas aulas de ginástica mas muitas crianças se divertiam a saltitar por cima de um(a) coleguinha que amochava o tronco para a frente, apoiava bem as mãos nas pernas e virava a cabeça para baixo. Se era necessária alguma agilidade para saltar o dito “eixo humano”, se bem se recordam, quem estivesse amochado tinha quase que rezar 3 “Pais-Nosso” seguidos não fosse o próximo a saltar aquele(a) “mastronço(a)” desengonçado(a) que mais parecia uma “wrecking ball” (mas sem Miley Cyrus atrelada).

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Saltar ao elástico
Este jogo, de tão simples e clássico que é, quase que dispensa explicação. Tinha que haver pelo menos 3 meninas (não querendo parecer sexista, não me lembro de ver rapazes aos saltinhos neste jogo), 2 das quais tinham que servir de “poste” para segurar o elástico nos tornozelos. A 3ª pulava sobre o elástico, ora só com 1 pé, ora com os 2, ao ritmo do “1,2,3…1,2,3…1,2…1,2”. Confesso que já não me lembro das respectivas músicas mas ainda me recordo que o grau de dificuldade ia aumentando à medida que o elástico ia subindo pelas “meninas-poste” (termo inventado agora mesmo). E com isto, muitas doses de energia e gotas de suor foram gastas.

Sirumba
Na Sirumba (também conhecida por jogo do polícia e ladrão) desenhava-se um rectângulo grande no chão, com seis quadrados lá dentro, divididos por corredores. Depois decidia-se quem era ladrão e polícia. Os polícias só andavam nos corredores e tinham que apanhar (com um toque apenas) os ladrões que saltavam de quadrado em quadrado. O ladrão tinha que passar por todos os quadrados até chegar à barra oposta que dizia “Sirumba” e voltar à base inicial. O primeiro ladrão que chegasse sem ser apanhado gritava bem alto “SIRUMBA” e ganhava o jogo.

Berlinde
Para começar, ter uma bela panóplia de bolinhas de vidro maciço, pedra ou metal, pequenas ou grandes, lisas ou às riscas, brilhantes ou opacas era uma emoção! Há imensas variedades de jogos do berlinde mas a que mais gostava era a das “3 covinhas”. O objectivo era tentar enfiar os berlindes, sucessivamente, nas 3 covas dispostas em linha recta. Quando se conseguisse chegar à última cova fazia-se o percurso inverso. À medida que ia concluindo estas etapas o jogador ficava com o direito de alvejar os berlindes dos outros, apoderando-se assim dos mesmos.

Jogo do Mata
Quase que não existia limite de jogadores. Num campo dividido ao meio e com duas equipas de cada lado, o principal objectivo era eliminar os adversários com uma bola. O jogador na posse da bola tinha de lança-la em direcção aos outros jogadores e, se tocasse em alguém, estaria “morto” (ou não se chamasse jogo do “mata”). Claro que havia sempre aquelas alminhas que adoravam despejar toda a sua fúria naquele coleguinha irritante…

(NCultura)

Foto: Wooden Earth Ltd

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