É mais uma semana a chegar ao fim, logo há espaço para mais uma “Escapadinha à Galiza”. Bem perto da cidade do Porto, o que não falta são destinos turísticos de eleição.
Por isso, neste artigo, com base nas sugestões da Junta da Galiza, a VIVA! é a sua guia turística que o leva a conhecer a rota do “Triângulo Mágico da Costa da Vela”, em terras galegas, durante um dia intenso de passeio.
Podemos iniciar o nosso percurso na parte mais ocidental da península do Morrazo, nas exóticas praias com vista para as Ilhas Cíes, no município de Cangas. Um passeio pelo centro desta localidade e um aperitivo nas esplanadas são uma excelente maneira de começar o dia.
Depois disto, uma boa ideia era ir até à praia de Nerga, muito conhecida pelas suas dunas e águas tranquilas. Viajar também é relaxar, por isso poderá simplesmente respirar o iodo bem fundo e sentir o som das ondas fazerem-lhe uma massagem à mente.
Pelo caminho, também podemos dar um salto à praia de Barra. Para lá chegar, temos de atravessar caminhos sem asfalto, típicos da natureza selvagem. Após uma caminhada por um caminho de terra, chegamos à praia de nudistas mais conhecida das Rias Baixas, que tende a ser um ex-libris da zona.
Outra praia que também vale a visita é a de Melide. Podemos dizer que é uma praia mais intimista, mas igualmente bela, cercada por um pinhal que oferece sombra nas horas mais quentes. Escusado será dizer que a vista sobre as Ilhas Cíes é impressionante.
Um local que também tem vistas espetaculares para as ilhas é o farol de cabo Home, situado no ponto da Península Ibérica mais próximo das Cíes. Cercado por falésias, pertence ao sistema de iluminação que guia a entrada na ria de Vigo.
Devido à frequente neblina, o farol, desde 1888, possui uma sirene apelidada de “Vaca de Fisterra”, como a do famoso farol da Costa da Morte, para alertar os navegantes sobre o perigo.
Há ainda um sítio, chamado “Cabo Home”, que é muito conhecido pelas lendas de monstros que supostamente provocaram naufrágios. A lenda diz que pescadores viam dentes afiados antes dos seus barcos afundarem misteriosamente.
Mística à parte, passear pelos arredores do farol é um convite para se misturar com a natureza em seu estado puro, tal como sugere a Junta da Galiza.
Seguindo pela estrada da Costa da Vela, subimos ao Facho de Donón, na freguesia homónima, após uma caminhada por um caminho de pedras que se torna mais íngreme à medida que nos aproximamos do cume.
Lá, encontramos uma torre do século XVII, com vestígios romanos, que servia como posto de vigia contra ataques piratas. A vista das Ilhas Cíes, da Ilha de Ons, e das rias de Vigo e Pontevedra é simplesmente deslumbrante. Em dias de boa luminosidade, podemos até dar uma espreitadela até Baiona.
Segundo a tradição popular, acendia-se uma fogueira neste local para orientar os pescadores e alertar as povoações vizinhas sobre perigos vindos pelo mar. Mais uma vez, reza a lenda que assim foi.
No topo do monte Facho de Donón, encontramos os restos de uma antiga povoação num castro e um santuário galaico-romano ao ar livre, dedicado ao deus Berobreus.
Perto de Donón, a nossa última paragem podia ser na freguesia de Aldán, onde encontramos o cruzeiro de Hío, uma maravilha do património etnográfico da Galiza, talhado quase inteiramente num único bloco de granito.
Entre as passagens bíblicas esculpidas estão Adão e Eva perante o pecado original, Nossa Senhora do Carmo a ajudar as almas do purgatório, e a Virgem Maria a pisar a cabeça do demónio-dragão.
Uma excelente maneira de celebrar a cultura galega também seria terminar a viagem num restaurante de Cangas. Aqui, conseguimos comer os melhores mariscos da região e o melhor vinho branco da Galiza.
Depois de um dia em cheio, estamos novamente prontos para regressar ao Porto, mas sempre com a sensação de que conhecemos muito do melhor que a Galiza tem para nos oferecer.
