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10 de junho: a história do feriado e a relação com Luís de Camões

10 de junho: a história do feriado e a relação com Luís de Camões

Na segunda-feira que se avizinha, é feriado e muitos dos portugueses não trabalham. Posto isto, a questão que impera é: porquê? Obviamente que todos sabemos que é dia 10 de junho, o famoso Dia de Portugal, mas vamos andar para trás na história.

Mais do que o dia de Portugal, o 10 de junho também celebra o Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas. Sabia, por exemplo, que este feriado começou por ser celebrado apenas na cidade de Lisboa?

De acordo com o Porto Canal, os festejos iniciais eram restritos a terras lisboetas, sendo que só depois o feriado se foi expandindo para outros pontos do país. Outro aspeto interessante é que o próprio nome do feriado foi mudando.

Antes, era unicamente conhecido por ser o Dia de Camões, mas, a partir de 1978, mudou para Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Até à data, a designação mantém-se.

Ainda assim, há outra questão que pode surgir: qual o motivo para associarmos a data a um escritor? Afinal de contas, há várias figuras que tiveram e têm grande relevo em Portugal. Porquê esta em particular?

De acordo com o National Geographic, é importante puxar a fita atrás e viajar até ao ano de 1880. Como nos mostra a história de Portugal, foi uma altura em que o país não vivia um momento propriamente bom.

Segundo a fonte referida, naquela época, Portugal enfrentava uma forte oposição à monarquia, liderada principalmente pelo Partido Republicano Português, fundado quatro anos antes.

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Embora não tivessem grande influência política na época, os republicanos eram conhecidos por fazerem intervenções eloquentes. Entre os simpatizantes do movimento estavam alguns dos maiores nomes literários da segunda metade do século XIX em Portugal, como Antero de Quental, Oliveira Martins e Teófilo Braga. 

Ao que tudo indica, foi Teófilo Braga que se lembrou da ideia de assinalar os 300 anos da morte de Camões em 1880. Mais uma vez, porquê? Ora bem, na perspetiva dos liberais, o poeta lírico era uma figura conveniente: ele evocava a memória de uma época em que Portugal era visto como uma potência.

Efetivamente, isso era algo bem distante do que se verificava na época. Na ótica dos republicanos, a razão para essa decadência esteve diretamente relacionada com a monarquia.

Para além disso, Camões não tinha grandes relações com a monarquia e com a religião. Era como uma espécie de “página em branco” neste sentido, o que é irónico, atendendo que se tratava de um escritor.

Por isso mesmo, foi ficando o “Dia de Camões”, que por muitos é considerado o pai da língua portuguesa.

Fotografia: Wikipédia

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