Esta segunda-feira, dia 21 de outubro, o presidente da Câmara do Porto esteve nos Paços do Concelho, numa conferência, onde falou sobre os principais desafios de segurança que se vivem na cidade.
Nas palavras de Rui Moreira, “Portugal não consegue estar livre do tráfico de droga. Um quilo de cocaína quando atravessa o Oceano Atlântico multiplica o valor por dez, o que representa uma enorme ameaça à nossa forma de viver. No Porto, o dinheiro gerado pelo tráfico de droga é superior ao orçamento municipal” (via Câmara do Porto).
Sobre o assunto, este reflete que os consumidores, para terem dinheiro para a compra de estupefacientes, têm de o obter de alguma forma. No seu entender, isso gera “um enorme impacto na pequena e média criminalidade”.
“Quando me assaltam o carro para roubar um produto que vai ser vendido no ferro velho por 20 euros provoca-me um dano de 500. Isto cria na população uma enorme intranquilidade e, ao mesmo tempo, é uma destruição de valor” – acrescentou.
“Onde é que esse dinheiro está? Todos nós compreendemos que, na nossa sociedade, temos um conjunto de exibições de riqueza que não são exequíveis com os rendimentos que as pessoas auferem legitimamente. Há uma matéria absolutamente imperiosa que é tratar daquilo que é a lavagem de dinheiro” – alerta Rui Moreira.
Nesse sentido, o presidente da Câmara do Porto acredita que a melhor forma para acabar com a situação é “fiscalizar, intervir e ser intolerante” perante a mesma. Para que tal aconteça, o autarca acredita que o município tem um papel bastante importante.
“O facto de conhecermos as pedras da calçada, os moradores, os fenómenos, o tecido comercial, permite-nos colaborar com quem tem a ação fundamental: os órgãos da polícia. É uma missão de complementaridade” – explica.
Por esse motivo, Rui Moreira voltou a abordar o tema da videovigilância no Porto. “É preciso que estejam [os agentes] munidos de meios tecnológicos. Precisamos de videovigilância. Não para substituir o papel das polícias, mas para ajudar a polícia naquilo que é a prevenção e combate da criminalidade” – destacou (via Câmara do Porto).
Recorde-se que, há cerca de uma semana, foram instaladas 117 novas câmaras na cidade do Porto. Quem se pronunciou sobre o assunto foi o secretário de Estado da Administração Interna.
Nas palavras de Telmo Correia, “temos todo o empenho em fazer avançar a videovigilância. A videovigilância está no programa eleitoral da Aliança Democrática, está no programa do Governo, é um meio tecnológico, que a par de outros, é fundamental para promover com a segurança. Queremos fazê-la avançar, respeitando as melhores práticas e isso obriga-nos, tal como indica o organismo competente em termos de proteção de dados, a ter respeito pelos direitos fundamentais”.
Ainda assim, fez a ressalva de que a tecnologia não é uma substituição direta dos agentes policiais, mas sim um complemento.