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Valongo acolhe mostra sobre livros proibidos na ditadura de Salazar

Valongo acolhe mostra sobre livros proibidos na ditadura de Salazar
“Mostrar a importância da liberdade ou das liberdades para a vida das comunidades” é o objetivo da exposição “Livros Proibidos na Ditadura de Salazar”, patente no Fórum Cultural de Ermesinde até ao dia 25 de maio.

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Organizada pelo Museu Nacional da Imprensa e promovida pela Câmara Municipal de Valongo, a mostra contém dezenas de livros, autos de apreensão e artigos de jornal sobre “a máquina destruidora do pensamento” que vigorou até abril de 1974.
Em causa está o aparelho censório da ditadura de Salazar e Caetano, sendo que a mostra evidencia a importância do golpe militar de 25 de Abril de 1974, contendo livros e autos de apreensão feitos em livrarias de Portugal, mas também nas ex-colónias, como Timor, Moçambique e Angola.
Mário Soares, Manuel Alegre, António José Saraiva, José Cardoso Pires, Raul Rego, Jorge de Sena, Egas Moniz, José Afonso, Ary dos Santos, Fidel Castro, Jean-Paul Sartre, Karl Marx, Lenine e Charles Darwin são alguns dos autores cujos livros foram apreendidos e estão patentes na exposição, revelou o Museu Nacional da Imprensa.
A exposição “Livros Proibidos na Ditadura de Salazar” contém o anúncio da morte do escritor Alves Redol n’O Primeiro de Janeiro, um texto de José Saramago no Jornal do Fundão, assim como uma entrevista a Aquilino Ribeiro no Jornal de Notícias, artigos foram que cortados na época.
De acordo com o Museu Nacional da Imprensa, a mostra apresenta também um documento que descreve que em 1965 foram apreendidos em Angola, na Livraria Lello, vários exemplares do livro “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado, romance na base da telenovela que parou o país depois da Revolução dos Cravos, na temporada de 1976-77.
“Tudo o que se referisse a sexualidade, revolução, sindicalismo, liberdade, feminismo, estava sob a alçada repressiva da Comissão de Censura”, refere o Museu Nacional da Imprensa.
Para o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, esta exposição é “uma mais-valia porque dá uma perspetiva de um período histórico em que havia uma máquina que bloqueava tudo o que não se encaixasse nos critérios da comissão de censura”, algo que considera “importante que a população saiba”.
Já os responsáveis do Museu Nacional da Imprensa indicam que mais do que documentar os anos em que predominou a censura, a mostra visa “chamar a atenção de todos para a importância da liberdade, reconquistada no 25 de Abril de 1974”.
A mostra fica patente no Fórum Cultural de Ermesinde até ao dia 25 de maio.

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