São 50 semanas que cruzam Arte, Cultura e Conhecimento no Eixo Atlântico. À programação associada aos grandes eventos do território, como a Festa das Fogaceiras, o festival Imaginarius, a Viagem Medieval e o parque temático Perlim, juntam-se novas criações, repletas de tradição e modernidade, sempre com a participação da comunidade e/ou em cooperação com outros municípios do Eixo, assim como estreias nacionais e internacionais, que deixarão a sua marca no historial de cinco edições deste acontecimento cultural transfronteiriço.
“A eleição de Santa Maria da Feira como V Capital da Cultura do Eixo Atlântico é o reconhecimento do trabalho por nós desenvolvido nos últimos 20 anos no setor da Cultura, hoje uma marca distintiva do nosso território com impactos evidentes a nível económico, social e turístico”, avançou o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, na apresentação do programa da iniciativa.
“Somos muito ambiciosos e vamos deixar a nossa marca neste acontecimento transfronteiriço”, sublinhou o autarca.
O vereador do pelouro da Cultura daquela autarquia, Gil Ferreira, acrescenta, por sua vez, que “o objetivo final da V Capital da Cultura do Eixo Atlântico é, para nós, simultaneamente, a oportunidade de consolidação e difusão do ecossistema cultural do Noroeste Peninsular, construindo um projeto de dimensão europeia, que tem na base a Cultura enquanto elemento fundamental para a consolidação da democracia, do diálogo intercultural e da diversidade”.
O diretor-regional de Cultura do Norte, António Ponte, acredita que o programa da V Capital da Cultura do Eixo Atlântico “será certamente do agrado de todas as comunidades” das 38 cidades desse território.
A mesma opinião apresenta a vice-presidente do Eixo Atlântico e autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, que notou que os 26 anos de atividade da associação transfronteiriça “já deram boas provas de que esta forma de trabalhar em conjunto é garantia de sucesso”.
Já Alfredo García, presidente do Eixo Atlântico, realçou que “celebrarmos esta edição em Santa Maria da Feira é um motivo de satisfação, não apenas em reconhecimento do esforço que o presidente da Câmara, Emídio Sousa, tem vindo a fazer para colocar o Município no seu devido lugar, mas sobretudo porque um dos eixos da sua estratégia é precisamente a Cultura”.
Na programação, destaque para o colóquio “Estudos sobre proto-história e romanização no noroeste peninsular” (novembro), com enfoque na cultura castreja, resultado de uma parceria do Município de Santa Maria da Feira com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Universidade de Basileia. Refira-se também o Festival de cinema luso-brasileiro (abril), bem como as estreias absolutas das seis criações ineditas do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira.
Um dos momentos musicais certamente mais esperados será o concerto do guitarrista de jazz Philipe Catherine, que tocou e gravou com importantes nomes da história como Chet Baker.
Da programação fazem parte 12 eventos organizados pelo tecido associativo local e sete eventos exclusivos com artistas locais.
O orçamento total da programação da V Capital da Cultura do Eixo Atlântico é de dois milhões, duzentos e vinte e três mil e quinhentos euros. O investimento direto da autarquia é de quatrocentos e oitenta e quatro mil euros, sendo o restante valor, na sua maioria, gerado por receitas próprias dos eventos e equipamentos culturais.
Xoan Mao, secretário-geral da Eixo Atlântico, deixa uma sugestão: “Mais do que usar palavras típicas e utópicas, precisamos de falar de cultura digital. Hoje toda a informação está na internet, mas nem toda a gente tem o mesmo acesso a esses canais e é preciso começar a pensar nesta faceta digital da cultura, porque ela vai ser um dos grandes fatores do futuro”.