
“al mada nada” – que valeu a Pedro Almendra, aquando da estreia em 2014, a nomeação da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para “Melhor Ator de Teatro” – parte sobretudo de “Saltimbancos”, de Almada Negreiros – texto “único” da nossa literatura, “obsessivamente físico e sexual”, que ocasionou a apreensão da agora centenária Portugal Futurista.
A sensualidade, a cor, o movimento, coisas que Almada viveu apaixonadamente, estão em destaque em passagens que variam de um quartel e um circo indigente, a homens-cavalo, arraiais de verão, dramas de namorados, memórias de uma semi-imaginária Emissora Nacional, passando por um sol a pique até um luar de acetileno.
Com um ambiente a lembrar a Primeira Guerra Mundial e a vida de um grupo de ciganos num circo, no Portugal da fome, da pobreza, do trabalho forçado, “al mada nada” torna-se uma arena de combate em que não existem vencedores, mas há um “inesperado recolhimento”. A peça é uma coprodução do TNSJ e Companhia de Teatro de Almada e estará em cena de quinta a sábado, às 21h00, e domingo, às 16h00, sendo que esta última récita conta com intérprete em Língua Gestual Portuguesa. Também no domingo, os mais novos podem explorar a obra de Almada Negreiros na oficina criativa que decorre entre as 15h30 e as 17h30, no TNSJ, e é destinada a crianças e jovens entre os 6 e os 12 anos.