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Universidade do Porto vai acolher biblioteca de Vasco Graça Moura

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A família de Vasco Graça Moura pretende disponibilizar à Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) a biblioteca do escritor, com mais de 40 mil livros.

Em declarações à Lusa, Vasco Graça Moura, filho do escritor, disse que estão já a ser efetuados contactos com a Universidade do Porto para que seja a FLUP a acolher o espólio de “possivelmente mais de 40 mil livros”, “de todo o género, como história, literatura e arte”.  “Estamos a estudar a forma de divulgar e promover a biblioteca e o espólio do meu pai”, afirmou.
O processo “está a avançar” mas ainda não está concluído, sendo que o espólio, que será disponibilizado mas não doado, deverá ser também “objeto de estudo” da faculdade.
O escritor e tradutor Vasco Graça Moura morreu no dia 27 de abril do ano passado, aos 72 anos.
Em março de 2014, a Universidade do Porto distinguiu Vasco Graça Moura com um doutoramento ‘honoris causa’, enquanto reconhecimento pela sua obra – mais de cem títulos publicados – e pelo seu contributo para a promoção da cultura portuguesa.
Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Graça Moura nasceu no Porto, na Foz do Douro, em 1942, licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa, e chegou a exercer a advocacia, de 1966 a 1983, até a carreira literária se estabelecer em pleno.
O escritor, que se estreou no universo das letras em 1962, com “Modo mudando”, assinou, entre outras obras, “A furiosa paixão pelo tangível” (1987), “Testamento de VGM” (2001) e “Os nossos tristes assuntos” (2006). Da lista de galardões conquistados pelo autor portuense fazem parte o Prémio Pessoa e o Prémio Virgílio Ferreira, os prémios de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela. Vasco Graça Moura dirigiu o Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Casa de Mateus, a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e ainda a Fundação Centro Cultural de Belém.
Manifestamente contrário ao Acordo Ortográfico, reuniu os seus argumentos sob o título “A perspectiva do desastre”, num volume publicado em 2008.

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