A Universidade do Porto anunciou o cancelamento da cerimónia de receção aos novos estudantes, prevista para esta quarta-feira, 18 de setembro, devido aos incêndios que afetam o país e por questões de saúde pública.
O reitor da Universidade, António de Sousa Pereira, justificou a decisão com duas razões principais: “Cancelamos esta festa que tem muito significado para nós, comunidade académica do Porto, por duas ordens de razões. A primeira é em sinal de respeito e solidariedade para com as pessoas que, do litoral ao interior, estão a sofrer com as agruras dos incêndios. A segunda é por razões médicas, uma vez que a cidade está cheia de fumo e de fagulhas que são um perigo para a saúde pública” (via Porto Canal), explicou o reitor.
A sessão, tradicionalmente realizada no Jardim da Cordoaria, foi assim desmarcada. A cidade do Porto tem estado envolta num denso manto de fumo proveniente dos incêndios que atingem a Área Metropolitana do Porto e outras regiões.
Até ao momento, os incêndios no norte e centro do país já provocaram sete vítimas mortais e dezenas de feridos, incluindo dois em estado grave. As mais recentes fatalidades ocorreram quando três bombeiros perderam a vida num acidente em Tábua, distrito de Coimbra, enquanto se dirigiam para combater um incêndio.
Além das perdas humanas, os incêndios destruíram várias habitações e obrigaram ao corte de importantes vias rodoviárias, como as autoestradas A1, A25 e A13, causando graves transtornos à mobilidade na região. Estima-se que mais de 10 mil hectares de floresta tenham sido consumidos pelas chamas nas áreas afetadas.
Diante da gravidade da situação, o Governo prolongou até quinta-feira o estado de alerta devido ao risco extremo de incêndios. Uma equipa multidisciplinar, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, foi constituída para gerir as consequências dos incêndios e realizou a sua primeira reunião esta terça-feira em Aveiro.