O projeto “Xeno Tolerance – Supporting VET teachers and trainers to prevent radicalistion” (Xeno Tolerance – Apoio aos professores e formadores de EFP para evitar a radicalização) é orientado para os “atores que trabalham na linha da frente com públicos que estão em “fim da linha” no que diz respeito à sua trajetória escolar”.
Embora seja um estudo no âmbito da radicalização, Portugal integra-o “mais pela via da formação para a diversidade”, não estando “tão vinculado à perspetiva de fundo religioso”, disse Preciosa Fernandes, professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), entidade envolvida nesta iniciativa.
A nível nacional, os professores e formadores entrevistados e inseridos no estudo lecionam no Agrupamento Rodrigues de Freitas (escolas Rodrigues de Freitas e de Miragaia), instituição escolhida por ter projetos no âmbito da formação para a diversidade, relacionados com populações migrantes.
Durante as primeiras entrevistas, os profissionais referiam-se a fatores de ordem social e cultural dos alunos como os elementos a que a escola e os professores têm de prestar mais atenção.
A orientação sexual, a aparência física, a pobreza e a formação para os valores foram os fatores enumerados que mais contribuem para a exclusão, nestes contextos.
Na segunda etapa do projeto, os parceiros vão desenvolver materiais didático-pedagógicos orientados para as questões da diversidade e, especificamente, para a prevenção da radicalização.
Pretende-se que, com recurso a essas ferramentas, os formadores, professores e educadores sejam capazes de ajudar os estudantes a viver e a trabalhar numa sociedade pluralista, de lidar com tensões entre estudantes, de detetar indicadores de radicalização e de identificar jovens em risco.
Agir em fases preventivas, intervir com jovens que necessitam de apoio, construir competências e motivação para o combate à injustiça e contribuir para a criação de um melhor ambiente e resultados de aprendizagem são outros dos objetivos.
Para além de Portugal, estão envolvidas no projeto organizações da França (coordenação geral), da Itália, da Espanha, da Eslovénia, do Chipre, da Romenia, da Bélgica e da Áustria.
Segunda-feira 5 Dezembro, 2016
U. Porto participa em projeto europeu para ajudar jovens em risco de radicalização
A Universidade do Porto (U. Porto) participa num projeto europeu que visa criar ferramentas para os professores e formadores que trabalham com alunos de meios desfavorecidos com “indicadores potenciais da radicalização”, que têm dificuldades em finalizar o ensino obrigatório.