A história da TdB começou a ser escrita há 16 anos, quando o seu fundador, o dentista Fábio Bibancos, lançou o livro de prevenção “Um Sorriso Feliz para seu Filho”. Em declarações à Viva, Camila Carnicelli contou que o especialista começou a ser convidado para realizar palestras nas escolas particulares, chegando, depois, aos estabelecimentos de ensino público. “No final dessas palestras, as mães iam falar com ele e mostravam a boca dos seus filhos em péssimas condições de saúde oral, onde a prevenção já não funcionava”, adiantou a coordenadora. “Foi então que começou a oferecer tratamento odontológico gratuito a esses jovens no seu próprio consultório”, acrescentou.
A Turma do Bem funciona através de visitas às escolas públicas e organizações da cidade, durante as quais uma equipa de profissionais faz uma triagem dos jovens com idades entre os 11 e os 17 anos. “A partir daí, seleciona os mais carenciados, com mais problemas de saúde oral e mais velhos, por estarem mais próximos do primeiro emprego”, explicou a responsável. Seguidamente, através de um sistema informático, são encaminhados para o consultório mais próximo da sua residência e começam o tratamento. Camila Carnicelli especificou ainda que “o Dentista do Bem, para além do tratamento imediato, fica responsável pela saúde oral da criança até ela completar 18 anos de idade”.
Depois de um ano de trabalho no nosso país, a coordenadora internacional da Turma do Bem considera que a saúde oral dos portugueses ainda está “bastante carenciada”. “O que constatámos no terreno é que este é um problema comum a milhares de jovens, independentemente da nacionalidade. Os problemas de saúde oral dos jovens portugueses não diferem dos dos jovens brasileiros. Infelizmente, a saúde oral ainda é negligenciada pelas políticas públicas e é tratada como uma questão de estética”, afirmou.
Segundo Camila Carnicelli, “as pessoas, de um modo geral, dão pouca importância aos cuidados diários dos dentes (…) Muito mais do que estética, a boca é a porta de entrada do organismo”, salientou, explicando que os problemas orais podem causar ou agravar doenças como a diabetes, doenças dos rins e do coração. “Além de problemas psicológicos”, notou, contando que algumas crianças desenvolvem problemas de comunicação e vergonha de sorrir devido à falta de dentes permanentes. “Queremos mudar isso. Queremos mudar a perceção da sociedade quanto à importância da odontologia na saúde física e mental do indivíduo”, destacou a responsável, defendendo que a saúde oral “é um direito de todos”.
Texto: Mariana Albuquerque
Fotos: Turma do Bem