Os três poetas em concerto no Coliseu do Porto
Este domingo, 11 de março, às 21h00, o Coliseu do Porto recebe o projeto Trinca de Ases protagonizado por três poetas: Gil, Nando e Gal. A VIVA! falou com o trio.
Nando Reis é o menino impetuoso e viril. Gilberto Gil, o rapaz maduro calejado pela idade, Gal Costa, a moça. Gil compôs a canção. “Trinca de Ases” pensando nessas ‘imagens-fantasia’.
São assim “três mosqueteiros, três patetas, três poetas da canção”, como descritos no verso da canção de Gal Costa, que se juntaram não só para celebrar a história de cada um e os novos temas que nasceram deste feliz encontro.
O diálogo dos violões de Gil e Nando, e a voz de Gal cria uma união, para além de estarem os três a tempo inteiro no palco, em todas as formações vocais possíveis (trios, duetos e solos). Contam ainda com o reforço de dois grandes músicos: o baixista pernambucano Magno Brito e o percussionista baiano Kainan do Jêjê.
Uma curiosidade: Gil e Gal contaram ao “Estadão” que conhecem Nando desde os seus tempos de Titãs. Gil e Nando encontraram-se uma ou duas vezes no palco em projetos. Com Gal, em 2016, foi a primeira vez. “Conheço as coisas dele, que a Cássia (Eller) cantava, mas eu não tinha uma intimidade muito grande com a obra do Nando. Estou tendo agora e está me surpreendendo, porque tem umas coisas bem bonitas”, diz Gal. Assim como Nando, ela e Gil estão animados com o show em parceria. “Acho que essa mistura musical do violão do Gil com o violão do Nando, com a minha voz dá um bom caldo. E, misturar essas coisas, você imagina que não pode dar certo, mas música pode tudo”, disse.
Refira-se que, após este espetáculo, os três poetas vão debruçar-se sobre as suas carreiras a solo.
Como tudo foi idealizado
A reunião foi realizada pela primeira vez no ano passado, em Brasília, em homenagem ao centenário de Ulysses Guimarães – idealizada pelo jornalista Jorge Bastos Moreno. Naquela noite de caráter especial, realizada quase sem ensaio, mostrou-se a potência da união: o diálogo dos violões de Gil e Nando, a voz de Gal revendo as canções do amigo baiano e revelando outras cores da estranheza pop do paulistano e sua “música ruiva”, que ela nunca tinha cantado. Agora, esta potência aparece lapidada – e ampliada e em tourné.
Se pudessem escolher apenas uma música do leque de “Trinca de Ases” que defina o vosso projeto, qual seria e porquê?
O arrojo de três mosqueteiros, a leveza de três patetas, a grandeza de três poetas, tal como está na canção que batiza o projeto, Trinca de Ases.
O que podemos esperar deste concerto no Coliseu do Porto?
“Além de estarem os três o tempo inteiro no palco, em todas as formações vocais possíveis (trios, duetos e solos), vamos ter o reforço de mais dois músicos: o baixista pernambucano Magno Brito, integrante da banda Sinara; e o percussionista baiano Kainan do Jêjê, que trabalha com Ivete Sangalo. Vamos ter um alinhamento com as grande músicas de cada um, e as inéditas criadas para este efeito”, revela o grupo.
Gilberto Gil ainda vai mais longe ao referir que “a química surge, porque somos músicos que gostamos muito uns dos outros, assim como, somos parceiros de longa data, eu e Gal, e Nando o nosso filho! O catalizador e a juventude deste projeto. Criamos assim uma relação de fascínio mútuo”.
Selecionar o repertório desse encontro tendo em conta a panóplia de músicas que marcaram a carreira de cada um pode não ter sido tarefa fácil. Gal Costa descomplica o processo à VIVA!. “Tenho uma longa relação com Gil, mas quando Nando entra isso já vira outra coisa. Vou cantar coisas de Gil que nunca gravei, temos um roteiro que vem cheio de surpresas. Eu e Gil temos essa coisa de nos lançarmos nos abismos musicais. O arrojo é algo nosso”.
“Gostamos muito do povo português! E a cidade do Porto… que é maravilhosa! Será um prazer regressar”, acrescentam os três poetas.