
Durante a mais recente sessão da Assembleia Municipal do Porto, realizada esta segunda-feira, dia 5 de maio, voltou a estar em cima da mesa o debate sobre o aproveitamento do rio Douro para transporte público.
Tal como refere a Câmara do Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, foi claro ao defender a ideia, sublinhando que a via fluvial tem um “potencial enorme” como transporte público.
A discussão surgiu após uma intervenção do deputado Rui Sá, da CDU, que questionou a suspensão, desde 2020, da ligação por barco entre a Afurada (em Vila Nova de Gaia) e o Cais do Ouro (no Porto).
Em resposta, Rui Moreira recordou que a gestão desse serviço foi transferida para a Área Metropolitana do Porto (AMP) por decisão da Assembleia Municipal, o que, segundo explicou, impede qualquer atuação direta da empresa municipal.
“A STCP Serviços não pode atuar naquilo que foi delegado a outrem. Esperemos que a Área Metropolitana do Porto faça alguma coisa” – afirmou o líder do município portuense
O presidente destacou ainda que seria possível implementar um trajeto fluvial mais abrangente, com paragens desde Gondomar até à foz do Douro. Para Rui Moreira, não explorar essa opção representa uma falha grave na mobilidade urbana: “É um desperdício não o fazer”, afirmou.
Estas declarações surgiram durante a votação do contrato-programa entre o município do Porto e a STCP Serviços. O documento acabou por ser aprovado com a maioria dos votos, tendo a CDU votado contra e PS e BE optado pela abstenção.
Vale lembrar que em julho de 2022, a AMP decidiu atribuir competências aos municípios do Porto e de Gaia no que diz respeito ao transporte fluvial, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a ligação Afurada – Ouro. Durante o verão desse ano, essa travessia chegou a ser retomada em caráter excecional por causa das festas de S. Pedro e do festival Meo Marés Vivas.
A sessão trouxe ainda a aprovação, também por maioria, da terceira alteração ao Orçamento Municipal para 2025, com votos favoráveis do grupo “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, PSD e Chega; abstenções de PS e PAN; e votos contra da CDU e BE.
Outros pontos da ordem de trabalhos incluíram o contrato de delegação de competências com a União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, relacionado com o Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense para 2025, aprovado por unanimidade.
Já a Operação de Reabilitação Urbana de Lordelo do Ouro foi aprovada com maioria, registando abstenções por parte da CDU e do BE.